sábado, 5 de abril de 2014

Verdade em Parmênides e Heráclito

Fonte: http://oficinadefilosofiacap.wordpress.com/
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HERÁCLITO DE ÉFESO
Para Heráclito de Éfeso (sécs VI a V a.C.), tudo o que existe está em mudança ou transformação. A essa incessante alteração deu o nome de devir.
O mundo, segundo Heráclito, é um fluxo permanente em que nada permanece idêntico a si mesmo, tudo se transforma. É da luta entre os contrários, ou seja, do devir, do tornar-se, do vir-a-ser, que eles se harmonizam numa unidade. O lógos (palavra grega que significa razão, discurso sobre o ser) é mudança e contradição.
Isso significa que a verdade é dialética, isto é, as palavras dizem as coisas em sua transformação. Os nossos sentidos enganam, pois enxergamos as coisas imóveis, estáveis, com uma forma própria e determinada. Porém, nosso pensamento capta a instabilidade e mutabilidade dos seres
É na síntese entre os pares de contrários (o dia se torna noite, a qual se torna dia novamente; a vida que se torna morte e vice-versa; o quente se torna frio e o frio que se torna quente; o seco vira úmido o úmido que seca etc.), da multiplicidade contraditória que surge a unidade dialética que nos permite algum conhecimento, ainda que passageiro.
O Obscuro, como era conhecido Heráclito, concebeu o fogo como o elemento constituinte da physis (natureza). É uma concepção de realidade que permite compreender o mundo somente no seu devir e na unidade dos opostos. Quer dizer que, por exemplo, a doença torna valorosa a saúde e que jamais entenderíamos o significado da justiça se não houvesse a injustiça.

FRAGMENTOS DE HERÁCLITO

Entramos e não entramos no mesmo rio, somos e não somos.

Surgimento já tende ao encobrimento.

Princípio e fim se reúnem na circunferência do círculo.

Auscultando não a mim, mas ao Lógos, é sábio compreender que tudo é um.



PARMÊNIDES
Parmênides (544 – 450 a.C.) foi o mais influente filósofo que precedeu Platão. Em sua doutrina se destacam omonismo e o imobilismo. Ele propôs que tudo o que existe é eterno, imutável, indestrutível, indivisível e imóvel.

Parmênides considera que o pensamento humano pode atingir o conhecimento genuíno e a compreensão. Essa percepção do domínio do “ser” corresponde às coisas que são percebidas pela mente. O que é percebido pelas sensações, por outro lado, é segundo ele enganoso e falso, pertencendo ao domínio do não-ser. Trata-se de uma oposição indireta ao mobilismo defendido por Heráclito de Éfeso, para quem “tudo passa, nada permanece”. Seu pensamento influenciou a chamada “teoria das formas” de Platão.

Ao contrário da maioria dos filósofos precedentes, os quais divulgaram seus pensamentos em prosa, Parmênides era um poeta e escreveu sua grande obra em versos hexâmetros semelhantes aos de Homero. Além disso, ele atribuiu suas idéias a uma revelação divina.

TRECHOS DO POEMA DE PARMÊNIDES

… É necessário que tu experimentes tudo, tanto o ânimo intrépido da verdade bem redonda, como as aparências dos mortais, nas quais não há uma confiança desvelante.

… Auscultando a palavra, cuida que caminhos únicos do procurar são dignos de serem pensados: um que ser é e que não-ser não é

… pois o mesmo é pensar e ser.



Escrito pelo aluno: André Norbert

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