12/04/2014
A dois meses para a Copa do Mundo, ministro Aldo Rebelo fala em Carnaval para garantir que Brasil estará pronto para o Mundial
WILLIAM VOLCOV / BRAZIL PHOTO PRESS/FOLHAPRESS
Rebelo defende que o Carnaval é mais difícil de fazer que a Copa do Mundo
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, comparou o Carnaval e a Copa e apontou que é mais difícil organizar o primeiro do que o Mundial de futebol.
“É evidente (que o Brasil estará pronto para a Copa). O Brasil já fez coisas mais importantes e difíceis que a Copa do Mundo”, disse Rebelo em evento na sede do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, para logo em seguida exemplificar.
“As três cidades brasileiras, Recife, Salvador e Rio, no último Carnaval, receberam mais de seis milhões de turistas, o que já é mais que o dobro do que o País inteiro vai receber durante toda a Copa do Mundo”, disse Rebelo.
Especialistas em grandes eventos compartilham apenas parcialmente da visão de Aldo Rebelo.
Profissionais experientes na organização do Carnaval concordam que a festa popular é maior do que a Copa em número de pessoas.
Mas argumentam que o trabalho é facilitado porque cada edição do Carnaval funciona como uma espécie de evento-teste do desfile que acontecerá no ano seguinte.
“A casa do Carnaval do Rio, que é o Sambódromo, já está pronta. Além disso, facilita o fato de o Carnaval ser um evento concentrado e anual”, diz Jorge Castanheira, presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio. “Estou aqui com meu diretor de Carnaval planejando a edição de 2015, enviando memorando para as escolas com mudanças que queremos para o ano que vem.”
Castanheira acrescenta ainda que, no caso da Copa, não é só o evento que conta.
“(Nas 12 sedes), é preciso pensar em infraestrutura, hotelaria, aeroportos, transporte público, restaurantes, saneamento etc. Há gargalos. Mas acredito que vão organizar uma bela Copa”, conclui.
DESAFIOS ESPECÍFICOS
O histórico do Brasil em botar de pé grandes eventos, de toda espécie, é levado em conta por especialistas em competições esportivas. Mas ressalvam que não garante automaticamente o sucesso.
“O Brasil provou que tem capacidade de organizar eventos como o Carnaval, que, sob certos aspectos, concordo que é maior do que a própria Copa do Mundo, a Rio+20, a Eco-92 e a Jornada Mundial da Juventude. Porém, cada evento tem os seus desafios particulares”, argumenta Pedro Trengrouse, o coordenador do curso FGV/Fifa de gestão esportiva.
“Por isso mesmo não dá para descuidar da Copa do Mundo ou dos Jogos Olímpicos, como estamos vendo agora (referência à intervenção do COI nos Jogos), só porque o País conseguiu fazer outros eventos difíceis. Não é igual”, afirma o especialista.
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