domingo, 27 de abril de 2014

CONSTRUÇÃO CIVIL Operários fazem paralisação parcial

Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
27.04.2014
Sem avançar na negociação salarial, categoria suspende atividade aos sábados e ameaça entrar em greve

operários de construção
Trabalhadores da construção civil suspenderam os trabalhos aos sábados e vêm realizando paralisações diárias durante duas horas
FOTO: KIKO SILVA
Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza suspenderam os trabalhos aos sábados e vêm realizando paralisações diárias durante duas horas, enquanto não avançam as negociações salariais entre a categoria e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon/CE). Dentre as principais reivindicações da categoria, estão reajuste de 17,39% no salário, direito à plano de saúde e hora extra completa aos sábados.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF), Nestor Bezerra, diz que na última sexta-feira houve outra rodada de negociações, mas ainda não houve consenso. "Agendamos nova reunião para 9 de maio. Até lá, vamos continuar fazendo paralisações diárias. Se não houver acordo, a categoria entrará em greve".
Limite
Segundo norma já estabelecida, os operários possuem um limite de quinze sábados anuais em que podem trabalhar. De acordo com Nestor Bezerra, entretanto, algumas construtoras descumprem a determinação. Outro ponto é a necessidade de plano de saúde aos trabalhadores, por ser uma profissão de risco.
Fernando Pinto, vice-presidente da Área Trabalhista do Sinduscon/CE comenta que as exigências dos trabalhadores esbarram no alto custo que representariam para as construtoras.
"A situação está complicada, pois usamos como referencial o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que sinaliza um aumento de 5,39%, enquanto eles pedem quase 18% . Além disso, com todas as outras reivindicações, o valor do salário dobraria, algo fora da realidade", afirma.
Quanto à desobediência da norma de trabalho aos sábados por parte das construtoras, Fernando defende que a situação não é comum. "Existe o acordo com a limitação do número de sábados trabalhados e nós respeitamos. Casos de descumprimento são isolados, geralmente quando há atrasos na obra".
Em relação ao plano de saúde, Fernando lembra que as empresas já pagam ao governo os encargos que deveriam ser destinados à manutenção da saúde pública. "Reconhecemos que é uma demanda justa, mas também teria um custo enorme. Por outro lado, a categoria já conquistou vários benefícios, como por exemplo, o 14º salário, que somos os únicos no Brasil a oferecer", comenta Fernando Pinto.
Ranniery Melo
Especial para Cidade

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