18.04.2014
Cabo Canaveral. Pela primeira vez, cientistas descobriram um planeta do tamanho da Terra orbitando uma região habitável ao redor de uma estrela distante. A descoberta, anunciada ontem, é o mais próximo que os cientistas já chegaram de encontrar um gêmeo da Terra.
A estrela, conhecida como Kepler-186 e situada a quinhentos anos-luz de distância na constelação de Cygnus, é menor e menos vermelha que o Sol. O planeta mais distante da estrela, designado Kepler-186f, recebe cerca de um terço da radiação de sua estrela irmã, como a Terra recebe do Sol, o que significa que naquele mundo o meio-dia é aproximadamente semelhante à Terra, uma hora antes do crepúsculo, disse o astrônomo Thomas Barclay, do Centro de Pesquisa Ames, da agência espacial dos Estados Unidos (Nasa, na sigla em inglês), na Califórnia.
O planeta está à distância certa de sua estrela-mãe para conter água líquida em sua superfície, uma condição que os cientistas suspeitam ser necessária para a vida. "Este planeta é um primo da Terra, não um gêmeo da Terra", disse Barclay, da equipe de cientistas que relatou a descoberta na revista Science nesta semana.
A Nasa lançou o telescópio Kepler em 2009 para pesquisar cerca de 150.000 estrelas em busca de sinais de algum planeta passando ao largo, ou transitando, em relação ao ponto de vista do telescópio. No ano passado, o Kepler foi deslocado por uma falha no sistema de posicionamento. As análises dos dados no Kepler continuam. "É muito desafiador encontrar análogos da Terra. A maioria dos candidatos não o é, mas as coisas mudam à medida que recebemos mais medições", afirma Barclay.
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