30.08.2014
Jovem tinha aparecido para tratamento em Dacar, mas ocultou que teve contato próximo com vítimas na Guiné
Dacar. O Senegal confirmou ontem o primeiro caso de ebola, tornando-se o sexto país da África Ocidental atingido pela epidemia do vírus. Um estudante infectado chegou ao país vindo da Guiné, segundo a ministra de Saúde do Senegal, Awa Marie Coll Seck.
Seck disse em entrevista coletiva que o jovem tinha aparecido na terça-feira (26) para tratamento em um hospital em Dacar, capital do país, mas ocultou que tinha tido contato próximo com as vítimas em seu país de origem. Ela disse que as autoridades do país informaram que o estudante, vindo de Conacri, tinha desaparecido há três semanas, enquanto estava sob vigilância por ter tido contato próximo com as vítimas do ebola.
"Os resultados dos testes realizados pelo Instituto Pasteur de Dacar foram positivos", disse a ministra senegalesa. Dacar é um centro regional de agências da ONU e grupos de ajuda que servem à região do Sahel da África Ocidental. A cidade também serve como uma base regional para muitas empresas.
Surto
O pior surto do ebola já matou mais de 1.550 pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A maioria das vítimas era da Guiné, Serra Leoa e Libéria, mas seis pessoas também morreram na Nigéria.
Também há casos da doença registrados na República Democrática do Congo, mas as infecções naquele país teriam ocorrido a partir de uma variedade diferente do vírus.
Medicamento experimental
A droga experimental ZMapp curou os 18 macacos de laboratório infectados com o vírus do ebola, inclusive os que sofreram com febre e características hemorrágicas da doença e estavam perto de morrer, disseram cientistas ontem. Até macacos que ficaram sem tratamento durante cinco dias depois da infecção sobreviveram. Nenhuma outra terapia experimental para o ebola teve sucesso em primatas quando aplicada tanto tempo após a contaminação - os cinco dias para os macacos equivalem a 11 dias após a infecção em humanos.
Embora dois trabalhadores médicos norte-americanos que contraíram o ebola na Libéria tenham sido curados depois de receber o ZMapp, os médicos não sabem se o medicamento ajudou. Um médico da Libéria com a doença morreu esta semana apesar de receber a droga, assim como um padre espanhol.
Simulação no Brasil
O governo federal realizou na manhã de ontem, no Aeroporto Internacional do Galeão (RJ), uma simulação de como seria a chegada de um paciente infectado pelo vírus do ebola ao Brasil.
Ainda que o risco de alguém infectado chegar ao país seja remota, a ação, comandada pelo Ministério da Saúde, teve como objetivo treinar as equipes e avaliar o atendimento. "Muito embora o risco seja muito baixo, precisamos estar preparados", afirmou o ministro Arthur Chioro (Saúde). Ele acompanhou os procedimentos, de Brasília, por videoconferência.
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