09.08.2014
Usuários reclamam que o atendimento é precário, com unidades lotadas e demora para exames periciais
Iguatu. Agências com obras de construção paralisadas, tempo de espera de atendimento de perícia médica superior a 45 dias, unidades lotadas e servidores sem conseguir dar conta da demanda do trabalho diário. Essa é a realidade da Previdência Social em muitos municípios do Interior do Estado. Apesar do Plano de Expansão da Rede de Atendimento do Instituto Nacional de Serviço Social (INSS) ter melhorado o funcionamento em dezenas de cidades, problemas ainda são recorrentes.
Pelo menos quatro agências estão praticamente construídas, mas permanecem fechadas há mais de um ano, nas cidades de Icó, Barro Jardim e Jaguaruana. Resultado: o atendimento é feito em antigas unidades, imóveis alugados, sem condições adequadas de atendimento e de trabalho. Espaço superlotado e falta de conforto para os segurados e servidores. No Ceará, são 79 agências da Previdência Social.
Na cidade de Icó, na região Centro-Sul, um grupo de advogados decidiu encaminhar solicitação à Previdência Social para que a autarquia adote providências para a conclusão da obra da nova agência, que segue padrão moderno. "Há mais de um ano que o imóvel está praticamente concluído, mas permanece fechado, deteriorando-se", disse o advogado Fabrício Moreira. "Desse jeito, antes de inaugurar vai precisar ser restaurado".
Moreira disse que o atendimento na unidade atual que funciona em um imóvel alugado é precário. "Não há condições de atendimento, pequeno, superlotado", disse. "É horrível para os segurados e para os funcionários", completou.
O serviço de Perícia Médica foi ampliado, mas ainda apresenta problemas pontuais. Nas agências de Senador Pompeu, Mombaça e Acopiara o prazo de atendimento chega a 50 dias em média. Algumas unidades não têm médicos peritos e os segurados são encaminhados para os municípios próximos. É o caso de Cedro, Lavras da Mangabeira e Jaguaribe, além de nove cidades da região do Cariri. A maioria é agência nova, mas não dispõem de serviço de Perícia Médica.
Centro-Sul
Na cidade de Iguatu, há um ano, o tempo de espera para a Perícia Médica era de 45 dias, em média. Dos quatro médicos, dois estavam de licença para tratamento de saúde. Hoje a realidade mudou. "O atendimento caiu para 14 dias em média e agora há cinco peritos", explicou o gerente da agência, Franciônio Chaves. A unidade atende, em média, 250 pessoas, oriundas de seis municípios da região.
Na cidade de Juazeiro do Norte, a demora na realização de exames periciais tem gerado desconforto aos beneficiários do INSS que residem em municípios da região do Cariri. Embora existam agências do órgão em 22 municípios da região, nove cidades não possuem médicos peritos lotados nas unidades. Para atender à demanda dos 33 municípios que formam o Cariri, há, apenas, 26 médicos peritos contratados.
Há, também, municípios onde as obras de construção da agência do INSS foram iniciadas e as obras tiveram que ser interrompidas por conta de problemas envolvendo as empresas vencedoras do processo licitatório para construção dos equipamentos. É o caso dos municípios de Barro, Jardim e Icó.
Conforme a gerente regional do INSS no Cariri, Maria Lucrécia Callou, as obras nestes municípios, no entanto, deverão ser retomadas até o final deste ano. "Desde 2010, quando foi iniciado o Plano de Expansão das Agências do INSS, das quinze agências planejadas na região apenas três apresentaram problemas", disse.
Recentemente, nove municípios da região receberam novas unidades do INSS. As agências foram construídas em Caririaçu, Milagres, Aurora, Mauriti, Missão Velha, Lavras da Mangabeira, Araripe, Pedra Branca e Senador Pompeu. Em todas estas cidades não há médicos peritos.
Na cidade de Jaguaribe, onde a agência foi inaugurada em maio deste ano, as perícias médicas estão sendo marcadas para os municípios de Russas e Icó. Um caso diferente acontece na cidade de Jaguaruana, onde a agência foi construída, mas não chegou a ser entregue por problemas estruturais. A população que busca o serviço precisa se deslocar para as cidades de Russas ou Aracati.
Zona Norte
Nesta região, o maior problema continua sendo a falta de peritos para atender à demanda, mesmo com o crescente número de agências. A construção de novas unidades não veio acompanhada de contratação desses profissionais. A região foi beneficiada com 15 novas agências.
Na agência do INSS de Quixadá, também existe muita gente na fila, aguardando Perícia Médica. Hoje, a unidade conta com dois médicos, mas segundo a gerente da unidade, Hila Maria Barbosa, são necessários quatro médicos. Há carência também de efetivo administrativo.
A gerência não informou o número de pedidos para a Perícia agendados e nem o tempo de espera, mas confirmou que são muitos. A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Gerência Executiva em Fortaleza, mas devido a ocupações do setor responsável, as informações somente poderiam ser repassadas na próxima segunda-feira.
Mais informações
Gerência Regional do INSS
Em Fortaleza - (85) 3255. 7466
Juazeiro do Norte
(88) 3572. 4300
Sobral - (88) 3661. 1770
Gerência Regional do INSS
Em Fortaleza - (85) 3255. 7466
Juazeiro do Norte
(88) 3572. 4300
Sobral - (88) 3661. 1770
Honório Barbosa e Sucursais
Repórter e colaboradores
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