domingo, 24 de agosto de 2014

O caso de Ferguson ganha destaque após conflito das ruas

Fonte: http://www.opovo.com.br/
24/08/2014
Cidade norte-americana lembra, em sua degradação, a próspera Detroit do passado. Outra mudança importante foi no perfil racial, já que a maioria branca dos anos 1990 virou a ampla maioria negra da atualidade

O McDonald's da avenida West Florissant virou um epicentro da cobertura dos distúrbios raciais na pequena Ferguson, onde jornalistas e moradores buscam internet, tomadas, algo de ar-condicionado e refúgio do gás lacrimogêneo. Mas ele já era um ponto de encontro de aposentados, crianças e muitos jovens da região, a mais pobre da cidade de 21 mil habitantes. Achar frutas ou alimentação saudável nesse deserto alimentar é raridade - os poucos restaurantes bons (e caros) estão a vários quilômetros dali. Sobram fast-food e guloseimas por todos os lados.

A obesidade é comum (Michael Brown, 18, morto com seis tiros por um policial no dia 9, tinha 140 kg em 1,93 m), e quase 40% dos jovens negros entre 18 e 29 anos não têm emprego. O desemprego na grande St. Louis é de 26% entre os negros, 6% entre os brancos.

Todos os ônibus circulando pela cidade avistados pela reportagem tinham 100% dos passageiros negros - mas entre um e outro, a espera pode superar 40 minutos.
 
Em ruínas
Com o êxodo dos moradores brancos, altos índices de violência (enquanto eles estão em declínio acentuado no resto do país) e vários "vazios" urbanos, Ferguson e boa parte da região metropolitana de St. Louis lembram uma versão menos devastada de Detroit, a cidade que já foi capital mundial da indústria automobilística e hoje parece em ruínas.

Em 1990, 75% da população de Ferguson era branca; hoje representa apenas 29%. Tudo leva a crer que o êxodo branco vai continuar.

Detroit viu sua população encolher de 2 milhões nos anos 50 para os 700 mil de hoje. Grandes empresas foram para os subúrbios, e áreas centrais ficaram pobres.

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