domingo, 3 de agosto de 2014

Prefeitos ainda tentam negociar novo prazo para fim dos lixões no País

Fonte: http://www.opovo.com.br/
03/08/2014
Municípios ficam obrigados, a partir deste 2 de agosto, a garantirem destino final adequado aos resíduos sólidos. Maioria está com dificuldades

VLADIMIR PLATONOW/ABR
Lixão de Gramacho, no Rio, é símbolo de uma situação
Prefeitos negociam com deputados e senadores a ampliação do prazo para o fim dos lixões no País. Pela Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10), os municípios têm até 2 de agosto para dar um destino final adequado aos rejeitos produzidos. O prazo foi de quatro anos desde a publicação da lei, em 2010, mas, chegada a data final, a maioria não conseguiu cumprir a regra.

A saída negociada agora é estender a data limite a partir de uma emenda a alguma das medidas provisórias em tramitação no Congresso. O deputado Manoel Junior (PMDB-PB), por exemplo, negocia a inclusão de mudança nas MPs 649, 651 ou 652. “O que nós estamos propondo é um prolongamento de prazo de até oito anos. Não significa que seja de oito anos, mas até oito, para que União, estados e municípios sejam copartícipes numa solução exequível, capaz de enfrentar esse problema, que é um problema das nossas cidades e também do campo.”

Sem recursos
O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CMN), Paulo Ziulkoski, concorda com a necessidade de adiamento. Segundo ele, se não houver uma solução, prefeitos e prefeituras que não cumpriram a política estarão sujeitos às punições da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98), que podem ser de multa de R$ 5 mil a R$ 50 milhões, além de detenção.

Ziulkoski reconhece a importância de se dar um destino adequado ao lixo, mas destaca que esta não pode ser uma responsabilidade apenas dos municípios, a maioria deles hoje sem recursos ou condições técnicas para cumprir a política. “Para integralizar o que a lei determina aos municípios, precisamos de R$ 70 bilhões”, afirmou.

Em entrevista à Agência Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, informou que o governo não vai estender o prazo para o fim dos lixões e que deixará a discussão ao Congresso, onde, segundo ela, o assunto pode ser debatido de maneira mais ampla. A ministra informou, no entanto, que vai conversar com o Ministério Público para que soluções e compromissos sejam negociados conforme a realidade de cada município.

Nos últimos quatro anos, desde a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o governo federal disponibilizou R$ 1,2 bilhão para ações de destinação de resíduos sólidos, incluindo a elaboração de planos e investimentos em aterros.

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