02.08.2014
Apesar da determinação judicial suspendendo a greve, Sindicato afirma que só a categoria pode tomar decisões
Mesmo com a decisão judicial que determinou a suspensão da greve dos professores da Capital marcada para começar ontem (1º), representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute) afirmaram que somente a categoria tem o poder de decretar as ações do movimento. O grupo, que deve se reunir na próxima semana, foi à Câmara Municipal de Fortaleza na manhã de ontem para protestar.
A pauta de reivindicações da categoria inclui o pagamento de 4,9% do piso salarial retroativo a janeiro, reajuste do vale-alimentação, pagamento de cinco adicionais por tempo de serviço atrasados, 1/3 da carga horária para planejamento de aulas, dentre outras causas. Diante da insatisfação dos profissionais, o Sindiute deflagrou, no dia 24 do mês passado, a paralisação das atividades por tempo indeterminado. A pedido da Prefeitura, entretanto, a Justiça exigiu, na última quinta-feira (31), o cancelamento da greve. A pena para o descumprimento seria multa diária no valor de R$ 100 mil.
Para a presidente do sindicato, Gardênia Baima, somente os professores, em assembleia geral, podem decidir pelo fim da mobilização. "Nos foi sugerida pela Justiça uma audiência na segunda-feira e, nela, vamos debater essas questões", afirmou. Para o Sindiute, cerca de 3 mil professores aderiram à greve.
Audiência
Os professores elegeram uma comissão para participar de audiência privada com o presidente da Casa, Walter Cavalcante. Segundo ele, os vereadores tentarão intermediar o debate. Gardênia destacou que as contrapropostas apresentadas pela Prefeitura são insuficientes.
A Secretaria Municipal de Educação (SME) ofereceu a substituição do vale-refeição atual de R$ 7,50 pelo Auxílio de Dedicação Exclusiva, no valor de R$ 10,00 por dia trabalhado nos dois turnos; a implantação de 1/3 da carga horária para planejamento até setembro; a substituição da gratificação por local de difícil acesso pela gratificação de incentivo à lotação, a qual, segundo o órgão, ampliaria o benefício; e o pagamento de dois anuênios atrasados em agosto e novembro.
Por meio da assessoria, a SME informou que foi tomada de surpresa pela greve, já que havia uma negociação em curso.
Profissionais da saúde também se manifestam
Paralelamente à mobilização dos professores estaduais, trabalhadores vinculados à Secretaria de Saúde do Município também realizaram manifestação em frente à Câmara Municipal nesta sexta-feira. O protesto foi liderado pelo Sindicato de Empregados em Estabelecimentos em Serviços de Saúde no Estado do Ceará (Sindsaúde) e pelo Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e Endemias do Estado do Ceará (Sinasce).
A principal exigência é a remanejamento dos profissionais autônomos que trabalham na SMS e que estão sendo substituídos pelos aprovados nas seleções públicas da Prefeitura. O sindicato pede, ainda, que, caso os funcionários sofram desligamento, a Secretaria conceda direitos trabalhistas, como 13º salário, férias e FGTS.
Os auxiliares e técnicos também solicitam concurso público, prometido para o ano que vem pela SMS. Já os agentes de saúde e de endemia reivindicam o pagamento do piso salarial nacional e a aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários.
A titular da SMS, Socorro Martins, afirmou, ontem, que o pagamento do piso aos agentes depende do repasse de recursos do Ministério da Saúde e que a secretaria está aberta ao debate.
Vanessa madeira
Repórter
Nenhum comentário:
Postar um comentário