24/08/2014
De acordo com a pesquisa da consultoria Mercer, o motivo principal dos aposentados seguirem no batente é o fato de as despesas não serem menores nesta fase da vida
Janaína Marques
Trabalhar por mais de 35 anos e sonhar em curtir a vida com a aposentadoria já não é um hábito tão prevalecente no Brasil. Isso porque, hoje, quase metade dos aposentados do Brasil segue na labuta. Os dados foram apontados por uma pesquisa da consultoria Mercer, indicando que 49% dos aposentados possuem um emprego para ajudar a complementar sua remuneração.
A pesquisa ouviu 1.500 aposentados em todo o Brasil que têm previdência complementar pelo antigo empregador, dividindo-os em dois grupos para algumas avaliações: aqueles que têm rendimentos até o teto atual do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), R$ 4.160, e aqueles que ganham mais do que isso.
De acordo com a pesquisa, o motivo principal dos aposentados seguirem no batente, não é o de manter o mesmo ritmo das atividades da juventude. O que rege a opção de trocarem o descanso e o lazer pelo trabalho é o fato do nível de gastos ter se tornado mais elevado nessa fase da vida. Dos aposentados ouvidos pela Mercer, 30% mantiveram o nível de despesas que tinham antes de se aposentar e 33% passaram a gastar mais.
Energia
Prestes a completar 74 anos, o assistente financeiro da BSPAR Incorporações, José Maria Carlos Ribeiro, aposentou-se aos 55 anos como chefe de escritório. “Não podia viver só com a aposentadoria e nem queria ficar parado, aí falei com meu chefe e me lembro de que ele me respondeu: ‘você pode trabalhar comigo até a eternidade’”, diz.
Com um sorriso no rosto, Zé Maria, como é conhecido pelos amigos, não esconde o carisma e alegria de seguir tendo energia para o trabalho. “Eu acho que é Deus”, responde.
“Sou bom moço e estou vivinho da silva”, relata, sem perder o humor. Para o aposentado, “tudo é relativo”. Há empresas que não vão aceitar uma pessoa com mais idade, enquanto outras vão valorizar a experiência. “Tenho um bom patrão”, garante, frisando que “só de aposentadoria, ninguém vive”.
Serviço
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