Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
17.08.2013
Heitor Férrer reafirmou as denúncias da licitação de R$ 3,4 milhões para bancar o cerimonial do Palácio da Abolição
A contratação do bufê para atender ao Palácio da Abolição voltou a ser debatido, ontem, na Assembleia Legislativa. Deputados pró-Governo do Estado fizeram a defesa de Cid Gomes e contestaram os números apresentados por Heitor Férrer (PDT) sobre os gastos com o gabinete do governador, de mais de R$ 3,4 milhões. O pedetista manteve sua palavra, afirmando que apresentará ofício ao Poder Executivo para devolver dinheiro de prato que lhe foi servido no Palácio da Abolição.
Vice-líder do Governo, Júlio César diz que Heitor Férrer foi sarcástico ao falar que Cid Gomes come do melhor, enquanto o povo passa necessidades Foto: José LEOMAR
O deputado Fernando Hugo (PSDB) foi o primeiro a rebater as denúncias feitas pelo opositor do governador, lembrando que o pedetista detalhou as "iguarias refinadas" do bufê do governador para denegrir a imagem do chefe do Executivo Estadual. O parlamentar, através de documentação do Diário Oficial do Estado, disse que Heitor Férrer faltou com a verdade nos dados.
"O gabinete do governador é agregador de todo o pessoal que trabalha no gabinete, visitantes que lá se encontram e mais as coordenadorias de direitos humanos, juventude, igualdade racial, das drogas, das mulheres e coordenadoria internacional", disse, admitindo que o governador não deveria ter chamado o parlamentar de desonesto nem citar a família de Férrer.
Licitação
"Aqui eu tenho números que são verdadeiros", afirmou o tucano, apontando que os gastos de R$ 3,4 milhões da licitação com o bufê referem-se ao entre 2010 e julho de 2013, sendo 43 meses, e não um ano, como Heitor disse na terça-feira passada. "Você dividindo esse dinheiro dá R$ 83, 6 mil por mês e por dia dá R$ 2,7 mil", afirmou. "Acho que mentiroso é pesado para falar de um colega deputado. Mas ele se antecipou-se e reverberou-se, porque não é apenas o gabinete do governador, mas as coordenadorias", ressaltou.
O deputado Roberto Mesquita (PV) alegou que deve ser discutido o fato de que, na publicação do dia 1º de agosto, foi mostrado o extrato de um contrato e que Heitor Férrer teria apresentado apenas a redação do contrato. "Aquele tipo de iguaria afronta o cearense que está passando dificuldades. Quanto ao governador chamar Heitor Férrer de desonesto e de política pequena, ele também errou. O deputado Heitor não fugiu da verdade um dia, porque existia, sim, um contrato de gastos de R$ 10 mil por dia em um ano e foi isso o que ele mostrou", defendeu.
O vice-líder do Governo, Júlio César (PTN), afirmou que Heitor Férrer quis usar de forma "sarcástica" do momento, quando falou que Cid Gomes está "comendo do bom e do melhor" enquanto a população passa por necessidades. Já Ely Aguiar (PSDC) ironizou a discussão e convidou Cid Gomes a se explicar publicamente. "Essas comidas, se eu observar, vou ficar espantado, porque eu gosto é de um ´baiãzinho´ de dois com galinha à cabidela", disse Ely Aguiar (PSDC), lembrando que o tema está sendo tratado com ironia nas ruas da cidade.
Em sua defesa, Férrer disse que todo parlamentar deve fiscalizar e denunciar os erros dos governos. "No bom português, o contrato diz que o contratante foi o gabinete do governador e que Anira Serviços de Alimentos é a contratada e a vigência dos R$ 3,4 milhões é de 12 meses", disparou. Ele lembrou do caso dos preços superfaturados da reforma do Palácio da Abolição, que custaria R$ 37 milhões e, depois de sua denúncia, foi feita nova licitação de R$ 19 milhões.
"Não vamos aqui querer tapar o sol com a peneira nem fazer interpretações dúbias porque o povo é sábio", disse, garantindo que pagará o que comeu durante visita ao Palácio, quando o presidente da Assembleia, José Albuquerque (PSB), esteve na função de governador.
Em resposta às falas do opositor, Augustinho Moreira (PV) afirmou que Heitor insiste em transformar os gastos do Governo com bufê em denúncia e defendeu: "a boa recepção é um tratamento cordial àqueles que se relacionam com o Governo".
Nenhum comentário:
Postar um comentário