Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
02.06.2013
Não há comprovação de que esses alimentos sejam preparados de forma segura, porque não existe fiscalização
Para quem frequenta a Praia do Futuro, as opções de lanches e petiscos fornecidas pelos vendedores ambulantes são bem variadas. São queijo, milho, camarão, sorvete e picolé de várias marcas, salada de fruta supostamente feita na hora e até lagosta podem ser encontrados na beira da praia. Entretanto, mesmo às vésperas de eventos como a Copa das Confederações, que fará com que Fortaleza receba milhares de turistas neste mês, não há comprovação de que esses alimentos sejam preparados de forma segura, porque não existe fiscalização.
Milho, camarão, sorvete e picolé de várias marcas, salada de fruta supostamente feita na hora e até lagosta podem ser encontrados FOTO: KLÉBER A. GONÇALVES
De acordo com a presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro, Fátima Queiroz, os problemas gerados pela falta de ordenamento do comércio ambulante na Praia do Futuro não são poucos. "Enquanto temos uma fiscalização intensa das barracas pela vigilância sanitária, os ambulantes passam o dia com produtos altamente perecíveis como ostras, camarão, lagosta e queijo coalho sem nenhum tipo de cuidado. Além disso, crianças de 10 anos comercializam esses produtos, o que configura trabalho infantil e menores consomem bebidas alcoólicas dos ambulantes, sem que haja qualquer proibição", destaca.
Na opinião de Fátima Queiroz, esse comércio não deve se extinguir, mas, sim, ser ordenado. "Sabemos que esse é um problema que não vem de hoje, mas é necessário que seja feito algo, porque o cliente se sente incomodado. Notamos que a cada cinco minutos, pelo menos dois ambulantes abordam os clientes".
Segundo o proprietário de uma das barracas da Praia do Futuro, Milton Ramos, a Prefeitura deveria fiscalizar e legislar a venda de alimentos por ambulantes. "Para nós, empresários de restaurantes, é frustrante ficarmos sob os olhos da vigilância sanitária e os ambulantes estarem na total informalidade. A Copa das Confederações e a Copa do Mundo serão uma verdadeira catástrofe em termos alimentares se a Prefeitura, através da vigilância sanitária, não tiver um posicionamento firme quanto aos ambulantes", ressalta.
Sem necessidade de cadastro, qualquer um pode vender na praia, o que gera insatisfação nos próprios comerciantes, segundo o ambulante Carlos Teixeira. "Se tivesse um cadastro, ficaria mais organizado".
Como não existem regras, assim como Carlos Teixeira, a maioria dos ambulantes vistos pela equipe de reportagem durante uma manhã na praia, não usavam luvas ou touca. As saladas de frutas eram expostas sem qualquer proteção, em cima de pratos descartáveis e os crustáceos eram, no máximo, cobertos por panos, depois de horas no chão de coletivos, acondicionados em cestos.
Incômodo
O comerciante César Pedro, além de não comprar dos ambulantes, se incomoda com a forma de abordagem. "Aqui, tem hora que não dá nem pra conversar, de tanto que eles insistem", diz.
Em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a assessoria de comunicação esclareceu que a Vigilância Sanitária passa a atuar apenas com os vendedores que estão regularizados por órgão indicado para isso.
A assessoria de imprensa da Secretaria Executiva Regional (SER) II informou que a Prefeitura realiza, no momento, o trabalho de reordenamento da Praia do Futuro. Diariamente, fiscais da Regional II percorrem toda a extensão da orla realizando trabalho educativo com os comerciantes. Conforme a assessoria de imprensa, durante a ação, é apresentado aos ambulantes como se adequarem aos padrões estabelecidos pela vigilância sanitária. Segundo a SER II, a Prefeitura irá iniciar o cadastramento de todos os ambulantes que trabalham na Praia do Futuro.
KELLY GARCIA/RENATO BEZERRA
REPÓRTER/ESPECIAL PARA CIDADE
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