domingo, 9 de junho de 2013

Estão autorizados 29 novos concursos e 22,3 mil vagas

Fonte: http://www.opovo.com.br
09/06/2013
Os empregos são federais, estaduais no Ceará e municipais em Fortaleza. Devem ser criados ainda em 2013

EVILÁZIO BEZERRA
Thiciane é "concurseira" profissional. Ela se prepara para viajar a Santa Catarina em julho para concorrer a um salário de R$ 7 mil

O Ministério do Planejamento autorizou a criação de 15.151 vagas em concursos públicos federais até agora. São 17 concursos, com as maiores quantidade de vagas no Ministério da Educação (MEC), com 10.203, Polícia Rodoviária Federal (PRF), com mil oportunidades e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (736). Somados-se aos empregos a serem criados no Governo do Estado (3.460) e na Prefeitura de Fortaleza (3,7 mil), são o 22.311 chances de estabilidade financeira ainda em 2013.
Mas não é fácil nem barato ser “concurseiro” profissional. Para encarar provas Brasil afora, o investimento pode chegar a mais de R$ 10 mil por ano, a depender do número de concurso que se faça e da localização das provas.
Thiciane Andrade, 28, arquiteta, explica o orçamento para concorrer a uma vaga no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Santa Catarina. A prova será dia 21 de julho e um grupo de estudantes do Ceará também viajará para disputar um salário de cerca de R$ 7 mil.
Tudo começa com um cursinho, que, para o TRT, custa cerca de R$ 1.000, com duração de três meses. Os valores e período variam de acordo com a instituição de ensino. As passagens pesam no planejamento. Thiciane investiu R$ 760 (ida e volta), mais R$ 120 de hospedagem de quatro dias em um albergue. e R$ 80 de taxa de inscrição. Alimentação, livros e apostilas extras também contam em o desprendimento atinge R$ 2 mil.
“Isso multiplicado por quatro ou cinco concursos por ano, vai dar uns R$ 10 mil”, estima Thiciane. 
Meta e foco
Ainda na faculdade de direito, Igor Moreira começou a estudar para concursos. A meta é lograr êxito no concurso do Ministério das Relações Exteriores ou alguma seleção que o leve a Brasília para continuar estudando por lá.
“O negócio é não esperar os editais para começar a estudar. Tenho que tomar o cuidado pra não acordar tarde e vou muito à biblioteca. Em casa, às vezes, tem distrações”, sugere e afirma estudar de 10 a 12 horas por dia, no período de pique.
Ele é multimídia. “Estou sempre comprando informações novas. Leio em computador, tablet, no celular. Tenho vários e-books para concurso, muitas vídeo-aulas também”, diz. Igor revela ter uma memória externa de computador só para aquivos de concurso.
“A ficha caiu”
Filha de uma família de atuantes no serviço público, Eva Buarque, 34, resistia aos concursos. Formou-se em Biblioteconomia. “Queria outra coisa, queria outros caminhos que não fosse bater o ponto.”
Em 2012, “a ficha caiu”. As necessidades financeiras e de estabilidade financeira emergiram. Em 2005, fez o primeiro concurso. A meta, agora, é lograr uma posição na Fundação Carlos Chagas, em São Paulo, para ter na conta R$ 6,6 mil mensais. “São duas vagas para biblioteconomia. Uma é minha. A outra, vão brigar lá por ela. Tem que ter otimismo”, brinca Eva. Ou não. (Andreh Jonathas)
Multimídia
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