15.06.2013
Nova manifestação de motoristas e cobradores aconteceu, ontem, no Terminal do Conjunto Ceará
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, ontem, que o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro) suspenda, de imediato, as ações de bloqueio a empresas e terminais de ônibus, sob pena de pagar multa no valor de R$ 50 mil por cada dia de descumprimento de quaisquer das determinações constantes da decisão.As informações são da Redação do Diário do Nordeste Online.

Segundo a Justiça, o Sintro deve abster-se de impedir o acesso dos ônibus aos terminais e às garagens das empresas, não praticar atos que impliquem dano ao patrimônio público ou privado e os trabalhadores devem assumir seus postos de serviço.
A assessoria do Sintro informou que o jurídico do sindicato irá se manifestar na próxima segunda-feira (17) para comunicar ao TRT que essa notificação não corresponde às manifestações realizadas pela categoria, já que, para a entidade, não existiu nenhum tipo de bloqueio durante as paralisações. "Em nenhum momento foi realizado bloqueio na entrada dos terminais. Apenas paralisamos as atividades de trabalho, e é de livre e espontânea vontade da categoria, que reivindica não só a questão salarial, mas a falta de segurança".
Já o Ministério Público do Trabalho (MPT) notificou o Sintro e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) a prestarem esclarecimentos sobre as manifestações nos terminais. O MPT solicitou dos sindicatos as minutas e propostas com as Atas das Assembleias que autorizaram a pauta de reivindicação e demais deliberações. Foi dado um prazo de 48h para que os sindicatos se manifestem.
O procurador regional do Trabalho, Francisco Gérson Marques de Lima, pediu da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) as informações sobre as providências adotadas no conflito entre os trabalhadores e patrões.
O serviço de transporte coletivo é considerado essencial em razão da sua relevância para a sociedade. O procurador considera o período em que as paralisações estão acontecendo e a proximidade da Copa das Confederações. "A possibilidade de transtorno, então, é potencializada, sendo nítido o interesse público, a justificar a intervenção do MPT no conflito e eventual ajuizamento de Dissídio Coletivo", comenta Gérson Marques.
Ontem, foi realizada uma paralisação de cerca de 40 ônibus, entre 10h e 12h, no Terminal do Conjunto Ceará. Durante a manifestação, não aconteceram bloqueios ou tumultos e, apesar do clima pacífico do protesto, os passageiros foram obrigados a descer do lado de fora do terminal e reclamaram dos atrasos gerados pela manifestação.
Francisco César é motorista de uma padaria. Ele estava esperando o ônibus para se deslocar para o trabalho, quando o protesto aconteceu. "A gente fica aqui horas e horas esperando um ônibus e nada. Aí chega atrasado no trabalho e o patrão não quer saber", reclama.
A servidora pública Francisca das Chagas estava revoltada. "Nós todos fomos deixados do lado de fora do terminal. A gente paga uma passagem cara e é tratada como lixo", desabafa.
Domingos Neto, presidente do Sintro, afirma que não houve avanços nas negociações entre a categoria e representantes do Sindiônibus. "O Sindicato ainda não nos procurou", diz.
Veja vídeo com reclamações
Impasse
As paralisações vêm ocorrendo desde o início da semana nos diversos terminais de Fortaleza e nas garagens das empresas de ônibus. Os motoristas e cobradores estão em estado de greve desde o último sábado (8). A reivindicação da categoria é pelo reajuste salarial de 15%, cesta básica no valor de R$ 100, vale-alimentação de R$ 10, plano de saúde e redução da jornada de trabalho de 7h20 para 7 horas diárias. Os empresários apresentaram proposta de 8% de reajuste salarial.
Em nota, o Sindiônibus informa que "diante da continuidade das paralisações promovidas pelo Sintro, reafirma que não voltará para a mesa de negociações sem que haja uma nova proposta do sindicato que esteja coerente com a realidade econômica do País e que seja suportada pelas empresas".
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