domingo, 22 de fevereiro de 2015

DISTRIBUIÇÃO URBANA Muito carro, pouca eficiência

Fonte: http://www.opovo.com.br/
22/02/2015
Um estudo realizado com entregadores da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) aponta que a legislação que restringe a circulação de caminhões pelo peso acabou levando mais carros para as ruas



DEIVYSON TEIXEIRA EM 9/9/2014
O Centro de Fortaleza é um dos pontos problemáticos para a distribuição de mercadorias em Fortaleza
A logística tem sido um dos principais gargalos para o transporte de cargas no Brasil. Portos lotados, estradas precárias e carência de ferrovias e hidrovias são alguns dos problemas que entram na conta do chamado “custo Brasil”. O problema, contudo, não está restrito ao transporte de longas distâncias. Parte final do processo logístico, a distribuição urbana nas grandes cidades tem se tornado cada vez mais difícil e cara. E quem paga a conta é o consumidor. Além dos congestionamentos, na maioria das capitais há restrições para a circulação de caminhões em zonas e horários determinados, conforme suas dimensões e peso.

A medida, que visava desafogar o trânsito, diminuir a poluição e preservar vias públicas, acabou aumentando os custos de distribuição de mercadorias e os congestionamentos. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo mestre em administração pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Roger Couto Maia. “A restrição de caminhões de maior porte (em zonas urbanas) obrigou os embarcadores a colocarem uma maior quantidade de caminhões menores, para compensar a reduzida capacidade dos veículos, tornando o tráfego ainda mais intenso.”
 
De acordo com o estudo, os maiores gargalos para a logística urbana na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) são os congestionamentos e a falta de locais adequados para estacionamento dos caminhões. E edificações sem recuos laterais, calçadas estreitas e ocupadas por comerciantes clandestinos são alguns dos fatores que impactam na fluidez do trânsito. Maia estima que, nos últimos dois anos, os custos com a distribuição de mercadorias aumentou de 20% a 25%, devido aos congestionamentos.
 
“Cabe a reflexão de se saber quem é o verdadeiro culpado por esse congestionamento: o caminhão parado no local errado ou o poder público que liberou o local para a abertura de uma empresa comercial em uma área inapropriada”, diz Maia.
 
Segundo Rafael Alencar, coordenador de logística de uma multinacional norte-americana, as regiões mais problemáticas para operações de carga e descarga estão na Aldeota e bairros adjacentes, Bairro de Fátima e Montese. 
Além do trânsito é lento ele diz que nessas regiões não há local para estacionamento para os caminhões. “Antes você tinha um carro de oito toneladas, com um motorista e dois ajudantes. Agora, com essas restrições, você precisa ter dois ou três carros menores, cada um com uma equipe de três pessoas, para fazer o mesmo serviço”, ele diz.
 
“Tudo isso tem aumentado os custos com o transporte e, inevitavelmente, vai para o preço do produto”, diz Ederson Bessa, gerente regional de logística de uma multinacional cearense. Roger Maia concluiu que quanto menor for veículo permitido, mais cara fica a entrega. 

Principais problemas 

1. Congestionamentos
2. Leis que restringem a circulação de caminhões com limites acima dos estabelecidos nos corredores, áreas e horários determinados
3. Ausência de local para carga e descarga
4. Falta de segurança para fazer entregas à noite. Entregadores dizem que, à noite, não vale a pena entregar uma carga de alto valor agregado, por causa do risco.

Saiba mais

Soluções para otimizar 
1. Distribuição noturna. Esta modalidade de entrega já vem sendo adotada por bares e restaurantes
2. Criação de centros de distribuição urbanos
3. Uso se softwares votados para o planejamento de distribuição por roteirização e monitoramento da carga em tempo real.
4. Compartilhamento de cargas por empresas do mesmo setor. Mas a principal justificativa dada pelas empresas que não compartilham cargas é o sigilo das informações, seguida pela concorrência, e dificuldades operacionais  

Caminhão?De quem é a culpa: do caminhão parado no local errado ou do poder público, que liberou o local para a abertura de uma empresa? 

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