sábado, 7 de fevereiro de 2015

35 ANOS DO PT Lula vê ação para Dilma 'não concluir mandato'

Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
07.02.2015
O ex-presidente, sem citar nomes, disse que não é fácil um partido de esquerda governar um País como o Brasil

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Na capital mineira, o ex-presidente participou, ao lado de Dilma da festa de aniversário de 35 anos do partido
FOTO: EFE/ PAULO FONSECA
Belo Horizonte. Em sua primeira participação numa reunião do Diretório Nacional do PT desde que o partido chegou ao governo federal, em 2003, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) defendeu ontem o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, e disse, sem citar nomes, que há uma intenção de impedir que a presidente Dilma Rousseff (PT) conclua seu segundo mandato.
"Não é fácil um partido de esquerda governar um país importante como o Brasil. Eles não querem nem deixar concluir o mandato da Dilma, tentando criar todo e qualquer processo de desconfiança. Querem que o PT seja desacreditado na sociedade brasileira", afirmou Lula ontem, segundo a Agência PT de Notícias.
"Se tiver erro, aqueles que erraram paguem por eles. Mas devemos preservar a história deste partido e dos nossos governos", disse ontem a presidente Dilma na festa de 35 anos do PT. A presidente não fez menção a Vaccari. A militantes, a petista disse que o partido tem que ter orgulho e não pode aceitar que "alguns" coloquem a Petrobras como "vergonha".
Vaccari, que na quinta-feira, 5, foi levado à Polícia Federal para prestar depoimento no âmbito da Lava-Jato, também participou do evento. O tesoureiro é investigado por suspeitas de intermediar a arrecadação de propinas ao PT por meio de um esquema de corrupção e de cartel na Petrobras.
"O que aconteceu ontem é repugnante", afirmou Lula, conclamando o PT a "voltar pra luta". "Não podemos permitir que quem não tem moral, venha dar moral na gente", declarou.
Lula, segundo relatos, comparou as denúncias investigadas pela Operação Lava- Jato ao episódio do mensalão, que resultou na prisão de líderes petistas como José Dirceu e José Genoino. "Se ficarmos quietos, a sentença já está dada". "A briga é política. O PT tem que ter essa consciência. Tem que usar a tribuna, tem que responder, tem que votar, tem que gritar tanto quanto eles, tanto na Câmara, quanto no Senado", disse o ex-presidente, conforme a agência do PT.
O ex-presidente defendeu, a portas fechadas, Vaccari durante a reunião do Diretório Nacional e disse que a Polícia Federal não precisava tê-lo conduzido coercitivamente. Segundo relatos, Lula disse que quando um companheiro é atacado, na dúvida, fica com o "companheiro".
Na capital mineira, o ex-presidente também participou, ao lado de Dilma e do ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica, da festa de aniversário de 35 anos do PT. Vaccari também estava no palco do evento.
Crime
Para Lula, há uma tentativa de "criminalizar" a legenda. De acordo com participantes da reunião, fechada à imprensa, ele disse que o partido precisa reagir, sob o risco de o Judiciário "julgar (os crimes investigados pela Lava-Jato) pela pressão que se cria na sociedade e não pela lei".
João Vaccari Neto tentou desqualificar ontem os depoimentos do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco em delação premiada ao Ministério Público Federal. "Ele está há dezesseis anos na Petrobras e só fala de mim e do PT", afirmou o tesoureiro. Segundo o ex-gerente de Serviços da Petrobras, o partido arrecadou, por intermédio de Vaccari, até US$ 200 milhões, de 2003 a 2013, a partir dos desvios.
Aos presentes, Lula defendeu o sistema de arrecadação de recursos para o partido e atacou Barusco, a quem se referiu como "bandido". "O PT arrecadou, sim, mas arrecadou legalmente. Os outros partidos também arrecadaram, mas deles ninguém fala. Existe uma articulação para criminalizar o PT", insistiu.
Defesa
Na mesma reunião do diretório, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), dirigiu parte do discurso para defender Vaccari e foi aplaudido quando pediu solidariedade ao tesoureiro do partido.
O ex-presidente voltou a reclamar da cobertura feita pela imprensa sobre a Lava-Jato. Segundo ele, embora Barusco tenha admitido que o esquema de propinas na estatal começou em 1997, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), apenas os casos envolvendo gestões petistas foram destacados.

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