13.09.2014
Uma mulher presa na operação da Polícia Civil participava de um esquema para aliciar parentes de detentos
A equipe da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD) deflagrou uma operação na Capital e Região Metropolitana, que terminou com a prisão de quatro pessoas e a apreensão de mais de 50 quilos de drogas e de vasto material, que deveria ser entregue a detentos da Casa de Privação Provisória I (CPPPL I), em Itaitinga. De acordo com a Polícia, uma das pessoas detidas aliciava familiares de presos, para se cadastrarem como visitantes nas penitenciárias e entrarem com os objetos ilegais.
Conforme o diretor da DCTD, delegado Pedro Viana, a ação policial teve início, na última quarta-feira, quando uma denúncia anônima deu conta de que seria feita uma entrega de entorpecentes, na Jurema, em Caucaia. Os policiais passaram a investigar e conseguiram avistar uma movimentação suspeita, na Avenida Edson da Mota Correia, na mesma região.
"Nós começamos a seguir dois veículos e avistamos três pessoas em dois veículos. Vimos quando eles pararam, conversaram e o motorista de um dos carros desceu e o passageiro de outro tomou a direção do veículo. Quando o carro retornou, nós fizemos a abordagem e encontramos 50 quilos de maconha prensada, no porta-malas", disse Pedro Viana.
A bordo de um dos automóveis estavam Matheus Oliveira Amora da Silva, o 'Pepeu', 20, e o paulista Adriano Carlos de Menezes, 42. Com a dupla, a Polícia apreendeu R$ 2.357, em espécie. Durante a abordagem, os agentes da DCTD descobriram que 'Pepeu' tinha um ponto de apoio, na cidade de Maracanaú.
Na manhã de quinta-feira, os policiais foram até o local onde a comparsa do suspeito estava. Na Rua 27, do Conjunto Jereissati II, encontraram Morgania de Lima Nóbrega, 28, em posse de 75 celulares, 90 chips, 20 baterias, 50 carregadores, 30 fones de ouvido, duas cerras pequenas, caixas de cola massa, ferramentas para fazer escavações e um 'peão' de crack. Ela já respondia na Justiça por ter tentado entrado com celular num presídio.
Segundo a Polícia, Morgânia Nóbrega participava de um esquema de aliciamento de familiares de detentos, para que eles introduzissem o material nos presídios. Alguns dos objetos já estavam embalados e tinham no pacote as iniciais dos presos que deveriam recebê-los.
Ela confessou a prática criminosa e disse que uma mulher, que não teve o nome revelado, comprava os celulares e entregava a ela, apenas para que conseguisse um jeito de entregar aos presos. Na casa da suspeita, foram achados os documentos de Claudênia de Sousa Oliveira da Silva, 26, que foi detida, na Rua Desembargador Gomes Parente, bairro Parangaba, na Capital.
No local, foram encontradas 1.094 gramas de crack, 548 gramas de cocaína, uma balança de precisão e sete frascos de bicarbonato de sódio. Claudênia confirmou ser parente de um detento da CPPL I e disse que seus documentos estavam com Morgânia, para que ela fosse cadastrada e participasse do esquema. "O que percebemos é que havia o recrutamento destas pessoas, por parte da Morgânia. Esta é a primeira vez que nos deparamos com um fato deste tipo, mas ficamos contentes de termos chegado até elas, porque um celular na prisão é um arma muito perigosa. Somente um detento, iria receber 11 aparelhos", disse Viana.
Investigações
O diretor da DCTD disse que serão feitas investigações e o fato será comunicado ao núcleo de Inteligência da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus)e à Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Estado (CGD), para que eles contribuam com as apurações.
"Parte da droga e alguns celulares já estavam embalados para serem introduzidos nas partes íntimas das mulheres. Vamos comunicar à Sejus e à CDG, para que eles também investiguem a possibilidade de algum servidor do Sistema Penitenciário estar facilitando a entrada destes objetos", disse o delegado.
A Sejus informou que a CPPL 1 ainda não tem body scanner (scanner corporal), "mas terá". Segundo o órgão, o equipamento está sendo montado e validado. Neste fim de semana, o aparelho que faz uma varredura por Raio X no corpo, começará funcionar na Unidade Penal de Caucaia (Carrapicho).
Laboratório
Em outra operação da Polícia Civil, realizada por inspetores da Delegacia Metropolitana de Maracanaú (DMM), em parceria com o 29º DP (Pajuçara), um laboratório para refino de crack foi fechado na tarde de ontem. A investigação durou cerca de duas semanas. Uma pessoa foi presa, mas quatro escaparam.
Felipe Barros Costa,21, foi preso com 4,5 quilos de crack, 4 quilos de cocaína, 7 kg de pó branco para mistura, inclusive analgésicos. Em um sítio, a mesma quadrilha finalizava o processo utilizando uma prensa hidráulica. Além dos narcóticos, a Polícia apreendeu uma arma, balanças de precisão, celulares e a quantia de R$700,00.
Márcia Feitosa
Repórter
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