sábado, 29 de março de 2014

Marcas de grifes têm vergonha de seus clientes mais pobres

Fonte: http://www.opovo.com.br/
28/03/2014 - 19h58

FOLHAPRESS


Algumas marcas de grife têm buscado orientações de como desvencilhar seus nomes de frequentadores dos ‘rolezinhos’. O diretor do Instituto Data Popular, Ricardo Meirelles, que garantiu ter sido procurado por algumas empresas, é quem dá essa informação.

"Boa parte das marcas tem vergonha de seus clientes mais pobres. São marcas que historicamente foram posicionadas para a elite e o consumidor que compra exclusividade pode não estar muito feliz com essa democratização do consumo", disse Renato Meirelles, acrescentando que "algumas empresas me procuraram dizendo 'minha marca está virando letra de música, febre na periferia e não quero estar associado a esse pessoal'".

Meirelles, que não quis informar nenhum nome, disse que orientou as empresas a não fazer nenhuma mudança antes de entender as razões que fizeram com que esses jovens buscassem suas marcas. Após a consultoria, algumas empresas passaram a enxergar a classe C como uma oportunidade de negócio, mas outras insistiram em não ser ligadas a esse público.

"Depois da consultoria, duas marcas ainda insistiram em se descolar da classe C, enquanto outras quatro quiseram entrar", afirma Meirelles.

O Data Popular é um instituto especializado em dados de mercado de base no Brasil, ou o chamado mercado popular. O instituto, que faz várias pesquisas sobre esse mercado, divulgou, em janeiro desse ano, um levantamento que mostra que a renda total dos jovens pertencentes à classe C é de R$ 129,2 bilhões, maior do que a soma das classes A, B e D juntas, de R$ 99,9 bilhões.
Redação O POVO Online

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