sábado, 22 de março de 2014

Após ataques a UPPs, Dilma mobiliza Forças Armadas

Fonte: http://www.opovo.com.br/
Cabral Filho, o vice-governador e a cúpula da segurança mantiveram reunião com Dilma e Cardoso. Os ataques às UPPs foram o motivo
22/03/2014

TÂNIA RÊGO/ABR
Ataques criminosos deixaram instalações policiais em destroços. Segurança foi reforçada em todas as unidades

A presidente Dilma Rousseff decidiu acionar o Governo federal para tentar conter a onda de violência na cidade do Rio de Janeiro, depois de uma série de ataques às Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Dilma determinou que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general de exército José Carlos De Nardi, investiguem na próxima segunda-feira, em visita à capital fluminense, qual a dimensão da crise de segurança no Estado.

Ela se reuniu ontem com o governador do Estado do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB); o vice-governador Luiz Fernando de Souza, o Pezão (PMDB); e a cúpula da segurança pública fluminense; além de Cardozo e o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. A reunião foi pedida pelo governador depois dos ataques coordenados a quatro UPPs na capital do Estado, anteontem.

O Governo do Rio reforçou ontem o policiamento nas 38 UPPs da cidade. Há uma semana, a Secretaria de Segurança do Rio investiga a ordem proveniente de presídios federais e de unidades prisionais do Rio para uma onda de atentados a policiais militares, unidades de segurança e UPPs.

“Nós solicitamos, tivemos uma discussão muito profunda e produtiva e, na segunda-feira, o ministro José Eduardo Cardozo, o general De Nardi estarão às 10 horas da manhã no Centro Integrado de Comando e Controle para evoluirmos no que hoje avaliamos ser procedimentos importantes, que não posso adiantar às senhoras e aos senhores em função dos estudo preliminares que começar a ser feitos a partir desse momento pelo governo federal e pelo governo estadual”, disse Cabral.

Nem Cardozo nem Cabral disseram quais Forças Armadas atuarão no Rio ou se apenas a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) estará envolvidas na ação. “As perguntas que vocês tiverem sobre que forças irão intervir, em que condições vão intervir, onde vão intervir, eu não poderei responder, mas é que questões de segurança pública são tratadas sigilosamente, mas depois tanto eu quanto o governador Sérgio Cabral prestaremos as contas de tudo o que foi efetivamente feito e do nosso plano, mas ele tem que ser feito e executado”, disse o ministro.

Cardozo também negou que haja qualquer melindre por parte dos governos estadual e federal de que essa crise deságue durante a Copa do Mundo. A ação requisitada pelo Rio de Janeiro, declarou ele, é imediata. “Nós também temos um plano para a Copa do Mundo. Nosso plano foi exaustivamente discutido com todos os estados. Temos um excelente plano de segurança para enfrentar situações na Copa do Mundo”, afirmou (da Folhapress)

Saiba mais

A suspeita é que as ordens para os ataques às Unidades de Polícia Pacificadora tenham sido trazidas ao Rio por advogados ou parentes destes detentos.
 
Os chefes da facção criminosa Comando Vermelho estão nos presídios federais de Catanduvas (PR) e de Porto Velho (RO).
 
A Polícia Civil já tem informações de que, no Rio, as ordens foram enviadas para quatro traficantes do Comando Vermelho. São eles: Cláudio José Fontarigo, 43, o Claudinho da Mineira; Ricardo Chaves Lima, 42, o Fu; Bruno Eduardo Procópio, 33, Piná; e Luís Cláudio Machado, 39, o Marreta.
 
Ao receberem as ordens, segundo a polícia, esse grupo reuniu traficantes no morro do Chapadão, na zona norte do Rio, e traçou os planos dos ataques.
 
As informações foram passadas à secretaria do Rio pelos setores de inteligência do Exército e da Marinha.

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