sábado, 8 de março de 2014

EM MOSCOU Mais de 65 mil reunidos em apoio à Crimeia

Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
08.03.2014

manifestantes pró-Crimeia
Exibindo bandeiras russas e cartazes com dizeres, manifestantes pró-Crimeia defendem a anexação da península ucraniana à Rússia
REUTERS
Secretário-geral da ONU considerou como grave o anúncio de uma consulta pública sobre o futuro de região
Moscou Mais de 65 mil pessoas se reuniram em Moscou ontem para um evento em apoio aos habitantes da Crimeia, península ucraniana cujas autoridades pró-Rússia pediram anexação à Rússia, informou a polícia de Moscou.
Exibindo bandeiras russas e cartazes proclamando "A Crimeia é terra russa" ou "Crimeia, estamos com você", eles assistiram, logo atrás da Praça Vermelha a dois passos do Kremlin, um concerto que começou com uma música patriótica intitulada "Officiers", interpretada pela estrela pop russa Oleg Gazmanov.
Uma delegação do Legislativo local da Crimeia, que se reuniu com parlamentares russos durante a manhã, se juntou ao espetáculo e exibiu uma faixa com a frase "Estamos juntos".
Bravo!
"Olá Crimeia! Anteontem tomamos uma decisão histórica sobre a realização de um referendo", declarou o presidente do Parlamento da Crimeia, Vladimir Konstantinov, antes de ser aplaudido pela multidão que gritava "Bravo!".
"A Rússia não nos abandonará", acrescentou, pedindo apoio a todos os ucranianos, vítimas, segundo ele, de um governo "ilegítimo". Dominada por pró-russos, o Parlamento local da Crimeia pediu na quinta-feira a Vladimir Putin que anexe a península ucraniana à Rússia e anunciou a organização de um referendo em 16 de março a este respeito.
Os eleitores deverão escolher entre uma anexação à Rússia ou uma maior autonomia. Já o presidente ucraniano interino, Olexander Turtchinov, denunciou "um crime contra a Ucrânia cometido pelos militares russos" e anunciou o lançamento de um processo de dissolução do Parlamento da península.
Referendo
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considerou "preocupante e grave" o anúncio de um referendo sobre o futuro da Crimeia, indicou ontem seu porta-voz, Martin Nesirky. "O recente anúncio das autoridades da Crimeia de sua intenção de realizar um referendo é preocupante e grave", declarou Nesirky .
Ban "pede insistentemente às autoridades da Ucrânia, à qual pertence a Crimeia, para tratar este assunto com calma', e de abster-se de toda "ação precipitada". Ainda segundo Nesirky, Ban "ressaltou a necessidade de manter a paz e a estabilidade na região".
O porta-voz não informou, contudo, se o referendo é considerado pela ONU como ilegal segundo as leis internacionais ou a constituição ucraniana como afirmam os Estados Unidos e seus aliados.
A Crimeia foi "dada" em 1954 à Ucrânia Soviética por Nikita Khrushchev, ele próprio originário da Ucrânia. Para evitar tentações separatistas, a Ucrânia, independente após a dissolução da URSS em 1992, concedeu o status de república autônoma.

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