Por Tatiane do Amaral Ribeiro 12 jan 2015 - 13h 38
Vou fazer uma pergunta e não vale mentir: você mente? Se a resposta for não, nós seremos obrigados e duvidar de você. Todo mundo, mais cedo ou mais tarde, diz uma mentira, mesmo que seja de leve, para não magoar alguém ou esconder algo que seja insignificante. Não há nenhum problema nisso e ocultar a verdade, algumas vezes, pode ser o melhor.
Porém, existem algumas pessoas que mentem compulsivamente. São os mentirosos patológicos. Eles não têm controle sobre o que dizem, inventam fatos e chegam a ser tão convincentes que a gente jura que eles estão falando a verdade. Mas não estão. E por que isso acontece? Existe uma explicação científica para isso? Sim, existe!
Um estudo foi realizado na Universidade do Sul da Califórnia e uma equipe de pesquisadores chegou à seguinte conclusão: o cérebro dos mentirosos tem 25% mais matéria branca e 14% menos matéria cinzenta quando comparado aos das pessoas sinceras. Ou seja, os cérebros é que funcionam de maneiras distintas e dão essa característica ao indivíduo.
A pesquisa
50 pessoas foram selecionadas para participar da pesquisa: 12 foram classificadas como mentirosos patológicos, 16 poderiam ser descritos como antissociais e 22 eram pessoas normais, honestas. Para fazer a avaliação, foram utilizados exames de ressonância magnética em todos eles para determinar se havia alguma diferença.
E há. Se comparado com o grupo antissocial, o cérebro dos mentirosos tem 25% a mais de matéria branca em seus lobos pré-frontais e, com relação aos sinceros, cerca de 22%. Já a matéria cinzenta era cerca de 14% a menos do que o grupo normal. E é claro que isso não poderia deixar de ter uma explicação lógica e plausível.
As matérias brancas e cinzentas em nosso cérebro
A substância branca que existe em nosso cérebro nos dá a capacidade de inventar histórias, criar fatos, tudo de forma surpreendentemente rápida. É através dela que nós podemos ver a reação das pessoas e saber se estamos sendo convincentes, podendo interpretar menos ou mais, dependendo de como estamos nos saindo com as informações.
Já a substância cinzenta é o que nos ajuda a fazermos escolhas morais levando em consideração o que é certo e o que é errado. É através dela que a índole do indivíduo é montada. As atitudes que tomamos, as nossas ações, o que podemos ou não fazer, tudo é determinado por essa parte do nosso cérebro.
Deu para entender um pouco como funciona o cérebro de um mentiroso? Ele é capaz de inventar histórias mirabolantes e convincentes, já que a massa branca é em maior número, e não consegue perceber a hora de parar com aquilo, de tomar uma atitude sensata, visto que a massa cinzenta é bem menor do que a de uma pessoa comum.
Ainda há muito que ser estudado
Mas esse assunto ainda intriga bastante os pesquisadores e há muita coisa para ser descoberta por meio de pesquisas e estudos. Por exemplo, ainda não é possível saber se o cérebro é treinado para aumentar ou diminuir determinadas massas com o passar do tempo ou se os mentirosos já nascem com o cérebro dessa forma.
Outro fato interessante sobre o mesmo assunto é uma pesquisa com o cérebro de pessoas que tenham sido diagnosticadas com autismo. Esses indivíduos têm dificuldade para mentir porque o seu crescimento da substância branca é lento.
Mas se você costuma mentir com frequência, não culpe somente o seu cérebro e a falta de informação até o momento sobre isso. A maior parte das mentiras vem da personalidade da pessoa, e isso independe da medicina.
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