24.01.2015
Governo diz que as denúncias de Nisman estão ligadas a uma luta por poder na agência de inteligência
Buenos Aires. A Argentina suspeita que agentes escusos do seu próprio serviço de inteligência estejam por trás da morte do promotor público que investigava o atentado à bomba de 1994 contra um centro comunitário judaico em Buenos Aires.
Alberto Nisman foi encontrado morto em seu apartamento na noite do último domingo (18) com um tiro na cabeça e uma pistola de calibre 22 ao seu lado, assim como uma única cápsula de bala.
Ele tinha uma audiência marcada para segunda-feira (19) no Congresso Nacional para responder a questionamentos sobre a acusação de que a presidente argentina, Cristina Kirchner, tinha conspirado para prejudicar as investigações sobre o ataque. Segundo Nisman, a presidente abriu um canal de comunicação secreto com o Irã com o objetivo de acobertar o suposto envolvimento de Teerã no atentado
A morte e subsequente onda de teorias da conspiração em torno do crime abalaram a Argentina. O governo diz que as denúncias de Nisman e sua morte estão ligadas a uma luta por poder na agência de inteligência argentina e a agentes recém demitidos.
O governo afirma que os agentes dispensados enganaram Nisman e podem ter escrito parte da denúncia de 350 páginas.
"Quando ele estava vivo, eles precisavam dele para apresentar as acusações contra a presidente. Então, sem dúvida, foi útil que ele tenha morrido", disse o secretário da presidente, Aníbal Fernández, ontem.
A ex-esposa de Nisman e mãe de suas duas filhas, a juíza Sandra Arroyo Salgado, depôs e disse não acreditar na hipótese de que ele tenha se suicidado.
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