10.01.2015
Entretanto, estado de greve é mantido; professores da UVA e da Urca continuam de braços cruzados
Os professores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) decidiram suspender a greve iniciada há cerca de quatro meses, em assembleia realizada na manhã de ontem, no Campus do Itaperi. Os profissionais colocaram-se à disposição para retornar às aulas já a partir da próxima segunda-feira, em decorrência da necessidade de reposição dos dias letivos perdidos durante o segundo semestre de 2014, faltando para tanto o aval da direção da instituição.
Apesar de terem interrompido a paralisação, os professores resolveram permanecer em estado de greve, como forma de pressionar o governador Camilo Santana a cumprir todos os pontos prometidos durante audiência com o sindicato, realizada no último dia 6.
Na oportunidade, ficou acertada a realização de concurso público emergencial com 249 novas vagas para professor efetivo nas três universidades estaduais do Ceará, sendo 120 destinadas à Uece.
Outras 67 vagas serão reservadas à Universidade Vale do Acaraú (UVA), enquanto as 62 restantes devem ser encaminhadas para a Universidade Regional do Cariri (Urca).
Os docentes da UVA e da Urca, que também haviam aderido à paralisação, permanecem de braços cruzados, devendo decidir os rumos da greve em assembleia, ainda sem data para ser realizada.
Outro ponto definido na reunião com o governador foi a nomeação imediata de outros 31 professores para as três universidades, que já haviam sido selecionados em certame anterior, mas não foram convocados. Também ficou acordada a realização de um concurso público de 192 vagas destinados à contratação de servidores técnicos e administrativos, sendo 135 para a Uece.
Déficit
De acordo com o presidente do Sindicato dos Docentes da Uece (Sinduece), Célio Coutinho, a real necessidade da instituição atualmente é de 336 professores efetivos, diante dos 120 profissionais propostos pelo Governo em caráter emergencial, correspondendo a 35% do que foi reivindicado.
Com a manutenção do estado de greve, o sindicato visa pressionar o Poder Executivo Estadual a realizar concursos posteriormente, a fim de suprir, integralmente, a demanda dos cursos das três instituições de ensino superior estaduais.
Além disso, o Sindicato dos Docentes da Uece almeja obter a autonomia administrativa e financeira da universidade, eliminando a dependência do Governo do Estado durante as tomadas de decisões.
De acordo com Célio Coutinho, o calendário acadêmico dos cursos que permanecerem paralisados deve ser avaliado e reprogramado em assembleias posteriores, para então ser divulgado aos alunos.
Na próxima quarta-feira (14), membros do Sinduece irão reunir-se com o titular da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece), Inácio Arruda. A intenção do momento é planejar e organizar a publicação dos editais do concurso emergencial e produzir cronogramas para os certames posteriores.
Bruno Mota
Repórter
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