10/01/2015
Cerca de 100 mil foram ao Centro do Rio. Em São Paulo, houve bomba de efeito moral e prisões. Outras grandes cidades, a exemplo do Recife, subiram o preço da tarifa - número chega a 18, desde os protestos de 2013
FERNANDO FRAZÃO/ABR DÁRIO OLIVEIRA/FOLHAPRESS
No Rio, ativistas foram à Cinelândia - e de lá para a Central do Brasil Em São Paulo,protestos ocorreram em frente ao Theatro Municipal
Uma manifestação contra o aumento da tarifa de ônibus no Rio reúne cerca de mil pessoas, segundo estimativa da PM, no centro do Rio na noite de ontem. Policiais militares acompanham o ato.
Na capital paulista também teve um ato contra a tarifa dos ônibus, metrô e trem. Lá, foram registradas depredações em bancos e lojas e a polícia usou bombas de efeito moral e balas de borracha para conter as pessoas. Ao menos 32 pessoas foram detidas.
A passagem dos ônibus municipais do Rio aumentou de R$ 3 para R$ 3,40. Os organizadores do protesto, do MPL (Movimento Passe Livre), defendem a redução para R$2,50.
Os manifestantes se reuniram na Cinelândia, principal ponto de encontro das manifestações de junho no Rio, e seguiram para a Central do Brasil, um dos lugares com mais movimento de transporte público da cidade.
O principal mote da manifestação foi: “Mãos ao alto, esse aumento é um assalto”. A frase foi cantada diversas vezes e estampava adesivos colados em prédios pelo caminho.
Outras demandas dos movimentos sociais do Rio surgiram nos cartazes e nos cantos. Em diversos momentos os manifestantes pediram a liberdade dos manifestantes presos no ano passado com o canto repetido em outros atos: “Presos políticos, liberdade já, lutar não é crime vocês vão nos pagar”.
São Paulo
A manifestação começou de forma pacífica na frente do Theatro Municipal, na região central de São Paulo, e seguiu assim até a rua da Consolação. No local, uma agência bancária e uma concessionária tiveram vidros quebrados.
“Black blocs” se juntaram aos manifestantes ainda no início do ato e durante o percurso pessoas também jogaram lixo no chão e jogaram pedras contra lojas.
A entrada das estações Consolação e Trianon-Masp da linha 2-verde do metrô foram fechadas, mas funcionam normalmente.
As passagens estão mais caras desde terça-feira (6), quando passaram de R$ 3 para R$ 3,50. O valor não subia desde 2011 nos ônibus e desde 2012 no caso dos trens e metrô.
Cerca de 120 policiais militares acompanham o ato. Apesar da confusão, o ato desta sexta-feira foi bem menor do que os protestos de 2013, quando uma série de manifestações fez com que os governos estadual e municipal recuassem e desistissem de reajustar os valores.
Recife
A partir de segunda-feira (12), a tarifa de ônibus custará mais caro na região metropolitana do Recife (PE). O valor da passagem para o anel A, principal faixa tarifária e que corresponde a 80% das linhas, deverá passar de R$ 2,15 para R$ 2,45.
O reajuste foi definido na manhã desta sexta-feira (9), em reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano, órgão da Secretaria das Cidades de Pernambuco.
O órgão deliberou por reajuste de 12,93%, o que elevaria as passagens do anel A para R$ 2,428. Segundo a Secretaria de Cidades, o valor deverá ser arredondado para R$ 2,45. (com agências)
Serviço
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Frase
"PRESOS POLÍTICOS, LIBERDADE JÁ, LUTAR NÃO É CRIME VOCÊS VÃO NOS PAGAR” Canto de manifestantes no Rio de Janeiro
Saiba mais
Com o reajuste no Recife, chega a 18 o número de capitais que tiveram aumento desde 2014, ano seguinte à onda de protestos pelo Brasil contra o preço das passagens.
Terceira maior cidade de São Paulo, Campinas terá tarifa de transporte público equivalente à da capital a partir deste sábado. Passará de R$ 3,30 para R$ 3,50 -aumento de 6,06%.
Em nota, a prefeitura diz que, neste ano, o transporte público recebeu subsídio mensal de R$ 3,6 milhões. Com o novo valor, essa quantia passará a ser de R$ 1 milhão por mês.
A mudança de preço, segundo a administração municipal, será feita por conta do aumento de dos custos do sistema -como combustível, salários dos funcionários e pneus- e da inflação.
Em São Paulo, o ato desta sexta teve boa parte dos autores das manifestações de junho de 2013. Além do MPL, participaram: Juntos (Juventude do PSOL), Território Livre, União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Nacional dos Estudantes de São Paulo (UEE).
Também houve manifestações ontem em Belo Horizonte (MG). Lá, o protesto reuniu cerca de 250 pessoas, conforme a Polícia Militar.
A Justiça em Minas suspendeu o reajuste das tarifas de ônibus de Belo Horizonte, ocorrido há duas semanas. A tarifa havia subido 8,5%, em média.
A decisão não teria relação direta com a manifestação, embora várias entidades que dela participaram tenham ingressado com ações na Justiça
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