21.06.2014
Determinação da Justiça de frota mínima em circulação foi cumprida, mas usuários reclamaram
A determinação da Justiça para que pelo menos 60% da frota de vans de Fortaleza circulasse nos horários de pico e 30% nos demais horários durante a greve foi cumprida pelo sindicato que representa motoristas e cobradores da categoria. Mesmo assim, a limitação no serviço causou transtornos aos usuários ontem.
O universitário Gerardo Neto foi um dos afetados com a paralisação. "Perdi aula e cheguei atrasado no trabalho na quarta-feira. Além de não avisarem que ia ter a greve, eles não podem parar um serviço essencial", disse. Mesmo com uma porcentagem das vans circulando, o estudante se sente prejudicado, pois teve que se deslocar para outra área para pegar uma outra linha.
Com uma frota de 320 veículos para atender toda a Capital, o Sindicato dos Empregados em Transporte Alternativo de Fortaleza (Sintraafor) informou que 192 carros circulam nos horários de maior movimento e 96 no restante do dia, cumprindo a liminar expedida na quinta-feira pelo desembargador plantonista do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 7ª Região, José Antônio Parente da Silva.
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) confirmou o cumprimento. De acordo com o órgão, ontem havia 277 veículos circulando. Com os carros em operação, o serviço de substituição das vans por ônibus que cumpriam as rotas complementares foi suspenso.
O Sintraafor alega o não pagamento de horas extras, a falta de depósitos do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o desconto indevido de faltas e as más condições sanitárias e de conforto nos pontos finais das linhas, além do não cumprimento do descanso semanal, assédio moral e atrasos no pagamento das quinzenas.
Com relação aos depósitos do INSS, o diretor do Sintraafor, Raimundo Nonato Brito, disse que o último foi em janeiro. "Os funcionários recorrem ao INSS, mas o pedido de licença é recusado porque está em atraso", acusa. O diretor reclamou da falta de vale-transporte e de condições dos veículos.
Sobre o estado de conservação dos veículos, a Etufor afirmou que faz vistorias constantes não apenas nas vans, mas também em ônibus, mototáxis e transportes escolares.
Já a Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Passageiros do Ceará (Cootraps) afirmou que está aberta ao diálogo. "Nós nunca nos fechamos ao diálogo", disse a assessoria da entidade. Segundo a cooperativa, no feriado de quinta-feira, foram feitas tentativas de negociação com o Sintraafor, mas não houve retorno. A Cootraps confirma que a determinação expedida pelo TRT foi cumprida.
ENQUETE
A paralisação afetou a sua rotina?
"Está atrapalhando muito, porque temos a necessidade de pegar esse coletivo. Sempre pego, mas está demorando muito. Cheguei ao trabalho atrasado e o patrão mandou voltar"
Carlos Henrique Ribeiro
Soldador
Carlos Henrique Ribeiro
Soldador
"Atrapalha demais essa situação. Não foi só o número de carros que diminuiu. Os motoristas estão andando mais devagar, fazendo hora para sair do ponto final da linha"
Jéssica da Silva
Costureira
Jéssica da Silva
Costureira
Germano Ribeiro
Repórter
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