domingo, 29 de junho de 2014

De acordo com nova teoria, o Universo não deveria existir

Fonte: http://www.megacurioso.com.br/
O pesquisador Robert Hogan apresentou estudo que propõe que tudo deveria ter se desintegrado depois do Big Bang
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Há bilhões e bilhões de anos, tudo começou com o Big Bang (a Grande Explosão), mas, de acordo com um cientista, tudo poderia ter acabado por ali mesmo. Segundo uma nova teoria divulgada por Robert Hogan, o Universo não deveria existir. Assim mesmo: explodiu, acabou. Mas como isso poderia ter acontecido?
Conforme especificado no Live Science, o novo estudo sugere que a modelação de condições logo após o Big Bang mostra que o Universo deveria ter se desintegrado apenas microssegundos após o seu nascimento explosivo.
"Durante o início do Universo, esperávamos uma dilatação cósmica — uma rápida expansão do universal logo após o Big Bang. Essa expansão faria com que toda a matéria se agitasse ao redor, levando tudo a um novo espaço de energia, o que poderia fazer com que o Universo entrasse em colapso”, disse Hogan, que é doutorando em Física na King’s College em Londres.  
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Os físicos chegaram a essa conclusão a partir de um modelo que representa as propriedades da chamada “partícula de Deus”, o Bóson de Higgs, que poderia explicar como outras partículas obtêm a sua massa — traços de ondas gravitacionais formados na origem do Universo também se unem à conclusão.
Apesar da teoria, o cientista afirma que ela ainda não está totalmente esclarecida e explica que ele e sua equipe devem estender os estudos para elucidar por que o colapso do Universo não aconteceu.

Bang!

Uma possível explicação sustenta que, durante o flash de fogo após a explosão principal do Big Bang, a matéria correu a uma velocidade vertiginosa, em um processo conhecido como inflação (ou dilatação) cósmica. “Este curvado e aglutinado espaço-tempo criou ondas gravitacionais, que também retorceram a radiação que passou através do Universo”, disse Hogan.
Embora esses eventos tenham ocorrido há cerca de 13,8 bilhão de anos atrás, um telescópio no Polo Sul, conhecido como Background Imaging of Cosmic Extragalactic Polarization (BICEP2), detectou recentemente os traços de inflação cósmica na radiação de micro-ondas que permeia o Universo. Em particular, com características de ondas torcidas e aneladas chamadas de padrão de modo-B.  
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Além disso, um campo de energia onipresente, o chamado campo de Higgs, permeia o Universo e dá massa às partículas que circulam através do campo. Os cientistas descobriram o indício desse fenômeno em 2012, quando se descobriu o Bóson de Higgs; em seguida, eles determinaram a sua massa.
Com uma maior compreensão das propriedades da inflação cósmica e da massa do Bóson de Higgs, Hogan e seu colega, Malcolm Fairbairn, que também é um físico da King’s College, tentaram recriar as condições dessa expansão após o Big Bang.
De acordo com o Live Science, eles então encontraram que o Universo ‘recém-nascido’ deve ter experimentado uma tremulação intensa no campo de energia, conhecida como flutuação quântica. Essa agitação, por sua vez, poderia ter interrompido o campo de Higgs, movendo todo o sistema em um estado de energia muito menor que faria com que o colapso do Universo fosse inevitável.

Fatores escondidos

Então, se o universo não deveria existir, por que estamos aqui? De acordo com o pesquisador Robert Hogan: “A expectativa é que deve haver alguns novos fatores que nós não colocamos em nossas teorias ainda, porque ainda não somos capazes de descobri-los", disse. Segundo o cientista, uma das possibilidades mais cogitadas é aquela conhecida como a teoria da supersimetria.
Esta teoria propõe que existam partículas ‘superparceiras’ para todas as partículas conhecidas atualmente, e talvez aceleradores de partículas mais poderosos poderiam encontrar essas unidades, de acordo com Hogan.
Mas a teoria da inflação cósmica ainda é especulativa e alguns físicos sugerem que aquelas que pareciam ondas gravitacionais primordiais no telescópio BICEP2 possam, na verdade, ser sinais de poeira cósmica na galáxia, segundo relatou Sean Carroll — um físico do Instituto de Tecnologia da Califórnia e autor de "A Partícula no Fim do Universo: Como a caça ao Bóson de Higgs Pode nos Levar ao Limite de um Novo Mundo”.
Carroll, que não estava envolvido nesse estudo, disse que, se os detalhes da inflação cósmica mudarem, então o modelo de Hogan e Fairbairn precisariam se adaptar. Caroll não esteve envolvido no estudo.
Curiosamente, esta não é a primeira vez que os físicos disseram que o efeito eufórico sobre o Bóson de Higgs poderia desgraçar o Universo. Muitos calcularam que a massa do Bóson levaria a um universo fundamentalmente instável, que poderia acabar de forma apocalíptica em bilhões de anos. Você pode conferir mais sobre essa outra teoria do apocalipse cósmico neste artigo do Mega Curioso.

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