sábado, 29 de novembro de 2014

NOVA EQUIPE ECONÔMICA Levy promete aperto nas contas

Fonte: http://www.opovo.com.br/
28/11/2014
Foi sinalizado o fim das transferências de recursos do Tesouro para bancos públicos e reequilíbrio da economia para manter as políticas sociais

WILSON DIAS/ AGÊNCIA BRASIL
Da esquerda para a direita: Alexandre Tombini, Joaquim Levy e Nelson Barbosa

Os nomes da nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff foram anunciados ontem pelo Palácio do Planalto. Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa para o Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini permanece como presidente do Banco Central (BC). A equipe seguirá a linha de trabalho de ajuste gradual e crível das contas, com fim nas transferências de recursos do Tesouro para bancos públicos e transparência e reequilíbrio da economia para manter as políticas sociais.

Como líder do grupo, Levy anunciou que fixará o superávit primário em 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e, no mínimo, em 2% nos dois anos seguintes. “Alcançar essas metas é fundamental para o aumento da confiança na economia brasileira e criará a base para retomada do crescimento econômico e a consolidação dos avanços sociais”, disse.

A nova meta fiscal para o próximo ano é menor do que a atual, que era de 2% a 2,5%, considerada neste momento impossível de ser atingida. A redução faz parte da estratégia da nova equipe de só trabalhar com metas que serão cumpridas e garantir transparência das contas públicas, buscando retomar a credibilidade do governo.

Levy ainda destacou que o objetivo de definir uma meta fiscal para os próximos três anos é reduzir a dívida bruta do setor público e não mais a dívida líquida. Para isso, o novo ministro da Fazenda indicou o fim de repasses de recursos do Tesouro para os bancos públicos.

Coube a Tombini dar o recado de que o Governo fará um combate rigoroso à inflação. O presidente do BC disse que sua equipe vai se manter “especialmente vigilante” para evitar o avanço dos índices de preços, indicando a manutenção do ciclo de aumento das taxas de juros.

No mercado, analistas apostam que o BC pode acelerar o ritmo de alta na próxima semana. Em vez de alta de 0,25 ponto percentual, poderia optar por uma dose maior, de 0,50.

Autonomia
Levy ainda disse que ele e Nelson Barbosa vão detalhar as medidas que tentarão equilibrar as contas públicas. Já Tombini sinalizou que manterá o ciclo de alta dos juros, com redução da sua atuação no câmbio, o que fez o dólar subir. Para ele, caberia ao governo administrar o volume de contratos de câmbio que já está no mercado.(Das Agências)

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