sábado, 8 de novembro de 2014

MOTOS NAS ESTRADAS Mortes em acidentes aumentam 45%

Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
08.11.2014
Entretanto, o número de ocorrências diminuiu em relação ao ano passado, o que mostra a gravidade dos casos

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A imprudência, como falta de respeito à sinalização horizontal e a ultrapassagem em faixas contínuas, é apontada pela Polícia Rodoviária Federal como a principal causa de acidentes envolvendo motos
FOTO: KLÉBER A. GONÇALVES
Levantamento realizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgado ontem constatou que, entre janeiro e setembro de 2014, o número de mortes em acidentes com motocicletas nas rodovias federais aumentou 45% em relação ao igual período do ano passado, mesmo com o número de acidentes tendo diminuído, o que mostra a gravidade das ocorrências.
Somados os casos, as BRs 222, 116, 020, 304 e 230 tiveram um total de 789 acidentes com motos em 2014, diante de 830 em 2013, uma redução de 5%. O número de óbitos nas rodovias, entretanto, saltou de 65 para 94. O índice pode ser ainda maior, já que corresponde apenas a vítimas imediatas. Aquelas que só falecem em hospitais, depois de socorridas, muitas vezes não são notificadas pela PRF.
Os motociclistas já representam um grupo considerado vulnerável pela PRF, por conta da fragilidade do veículo. O órgão aponta que, entre os incidentes mais frequentes, estão as colisões traseiras, laterais e transversais. Os acidentes mais letais são as colisões frontais que, na maioria das vezes, resultam de ultrapassagens proibidas.
"O que mais caracteriza essas ocorrências é a imprudência. A falta de respeito à sinalização horizontal, a ultrapassagem em faixas contínuas, as tentativas de forçar a ultrapassagem e a ausência de direção defensiva dos condutores formam o conjunto de fatores que ocasionam esses acidentes", informa a PRF.
A sondagem feita pela PRF apurou ainda que em muitos dos casos os condutores e passageiros não utilizavam capacetes, ou o faziam de forma inadequada. De acordo com o órgão, a possibilidade de um motociclista envolvido em acidente de trânsito sem a proteção na cabeça morrer é 5,5 vezes maior do que um condutor com capacete. Já para um passageiro sem capacete, o risco é 8,7 vezes maior do que o de quem utiliza o equipamento.
"O capacete é a única peça do vestuário recomendado ao motociclista que o Código de Trânsito prevê uma penalidade administrativa no caso da ausência e é a única proteção do usuário. Por isso, precisamos disseminar a necessidade de uso desse aparato, além de pedir aos motociclistas que mantenham a direção defensiva", analisa a PRF.
Características
Os acidentes de maior gravidade ocorrem principalmente aos sábados e domingos, entre 20h e 23h. Os mortos são, em sua maioria, homens com idades entre 20 e 30 anos. "Essa faixa etária tem relação com os dados da população economicamente ativa. São pessoas que estão em mais condições de comprar o veículo e o utilizam prioritariamente para se transportar ao trabalho, ou como ferramenta de trabalho", avalia o órgão.
A PRF coloca ainda que, embora não haja possibilidade de fazer o teste etilômetro imediatamente nas vítimas mortas, os horários de maior ocorrência dos acidentes permite induzir que o uso de bebidas alcoólicas também é um fator determinante para que os incidentes ocorram.
"Em algumas perspectivas, é possível perceber o odor característico do álcool ou mesmo fazer o teste em possíveis sobreviventes, mas normalmente fica inviável. No entanto, pelas circunstâncias, tudo leva a crer que é comum esse abuso no álcool, pois sábados e domingos à noite são ocasiões em que as pessoas se deslocam para se divertir".
A falta de preparo para conduzir uma motocicleta também é notada pela Polícia Rodoviária Federal, já que, por ser um veículo de condução mais acessível, muitas pessoas não passam pelo processo de habilitação. "Notamos que boa parte dos envolvidos em acidentes possuem a carteira de habilitação, mas existe também uma grande parcela que não passa por esse trâmite. Temos observado ocorrências em que a vítima adquiriu a motocicleta em seu nome, mas não é habilitada para dirigi-la".
Ranniery Melo
Repórter

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