29/11/2014
Roberto Bolaños, que deu vida a personagens como Chaves e Chapolin, morreu ontem, aos 85 anos. Deixou como legado a alegria que levou a crianças e adultos da América Latina nas três últimas décadas
Kelly Hekally
LUIS ACOSTA/AFP
Bolaños ganhou apelido de Chespirito, diminutivo da forma castelhanizada de Shakespeare
Personagem da infância de muitas gerações na América Latina, o ator Roberto Bolaños, mais conhecido por seus personagens Chaves, Chapolin Colorado e Chespirito, morreu ontem, em Cancún, no México. Aos 85 anos, o mexicano enfrentava há pelo menos dez anos problemas respiratórios e complicações de diabetes. Ele sofreu parada cardíaca por volta das 13 horas (horário de Fortaleza).
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O humorista parece ter vindo ao mundo para protagonizar aventuras. Sonhou em ser jogador de futebol, cursou engenharia elétrica, mas consolidou seu espaço profissional no meio artístico. Nascido em 1929 e filho de uma secretária bilíngue com um cartunista, iniciou a carreira como escritor. Na década de 1950, compôs roteiros para “Viruta e Capulina”, dupla latina de comediantes, além de roteiros de cinema. Após alguns anos, Bolaños já era responsável por scripts e filmes da TV mexicana. Seu primeiro roteiro, do filme Los Legionários, rendeu-lhe o carinhoso apelido “Chespirito”, diminutivo da forma castelhanizada do nome do autor inglês William Shakespeare.
Em 1968, foi convidado para escrever Los Supergênios de la Mesa Quadrada, versão satirizada de um telejornal, que tinha no elenco Rubén Aguirre e Maria Antonieta de las Nieves, mais tarde mundialmente conhecidos como Professor Girafales e Chiquinha, respectivamente. Porém, foram os idos de 70 que fizeram de Bolaños um dos ícones do humor latino-americano: Chapolin Colorado, o herói atrapalhado e Chaves, órfão mais engraçado da TV, estavam chegando.
Sem querer querendo
Quem nunca fez desse trecho a frase de alguns momentos da sua vida? El Chave del Ocho, nome original da série que ficou conhecida no Brasil como Chaves, deixou de ser um quadro de Chespirito, programa de TV que Roberto apresentava na época. Criada e protagonizada por Bolaños, foi exibida pela primeira vez no México em 1971. A história narra o dia a dia de Chaves, um garoto órfão de apenas oito anos de idade, que mora dentro de um barril. O cenário é uma simples vila. Sempre na companhia dos amigos Kiko, Chiquinha e Nhonho.
As sete temporadas, gravadas entre 1971 e 1980, foram comercializadas para mais de 100 países.
Sigam-me os bons
Roupa vermelha, short amarelo e marreta biônica. No peito, um coração com as iniciais CH e na cabeça as anteninhas de vinil. Para quem assistia, a certeza de que tudo daria errado. Chapolin Colorado, uma sátira dos heróis americanos, era sinônimo de boas risadas.
A série foi exibida no México entre 1970 e 1979. No Brasil, estreou na década de 1980.
Confira
Para assistir
Assista aos cinco episódios mais vistos da série no YouTube:
http://bit.ly/11D1DZn
Para ler
Com divergências em vida com Bolaños, “Chiquinha” lamenta morte do ator:
http://bit.ly/1tzsprY
Repercussão
Famosos lamentam a morte de Roberto Bolaños: http://bit.ly/1tzsxI8
Relação com o Brasil
Em seu último tweet, de 26 de novembro, Bolaños declara amor ao Brasil: http://bit.ly/1CquL6X
Todos nós partiremos deste plano, isso é fato. Chespirito se foi ontem, mas deixa um legado de competência e de alegria. O que nós vamos deixar quando partirmos?
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