domingo, 30 de novembro de 2014

EGITO Tribunal livra Mubarak de acusações

Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
30.11.2014
Após o anúncio do veredicto, a alegria explodiu no tribunal entre os simpatizantes do ex-ditador

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O ex-presidente egípcio, apesar de inocentado como cúmplice na morte dos manifestantes, permanece na prisão para cumprir outra pena
FOTO: REUTERS
Cairo. O ex-presidente egípcio Hosni Mubarak está livre da acusação de cumplicidade na morte de centenas de manifestantes na revolução de 2011 e foi inocentado de várias acusações de corrupção, mas permanecerá na prisão para cumprir outra pena.
Um tribunal do Cairo retirou por motivos técnicos a acusação de cumplicidade na morte de manifestantes durante a repressão violenta dos protestos de 2011 e, ao mesmo tempo, o absolveu das acusações de corrupção.
No entanto, Mubarak, que tem 86 anos e governou o país com mão de ferro durante 30 anos, continuará detido em um hospital militar para cumprir uma condenação de três anos por outro caso de corrupção.
Os dois filhos do ex--presidente, Alaa e Gamal, julgados ao lado do pai, foram absolvidos pela prescrição dos delitos dos quais eram acusados. Os dois beijaram Mubarak no rosto, enquanto o ex-presidente se limitou a exibir um sorriso discreto.
Após o anúncio do veredicto, a alegria explodiu na sala do tribunal entre os jornalistas simpatizantes de Mubarak. Do lado de fora da Academia de Polícia, local do jugalmento, Mustafah Mursi, que perdeu o filho Mohamed durante a revolta de 2011, lamentou a sentença.
"Este veredicto é injusto. O sangue do meu filho foi derramado em vão".
Para o advogado de Mubarak, Farid al-Deeb, a decisão "prova a integridade" do governo do ex-presidente.
Durante o processo pela morte dos manifestantes, sete ex-dirigentes das forças de segurança, incluindo o ex-ministro do Interior Habib al-Adly, foram declarados inocentes pelo juiz Mahmud Kamel al-Rashidi.
O veredicto estava previsto para 27 de setembro, mas o magistrado mudou a data ao alegar que não teria tempo para ler as 2.000 páginas do processo.
Mubarak foi condenado em junho de 2012 à prisão perpétua, mas a sentença foi anulada por razões técnicas, originando novo julgamento. O novo processo iniciou em maio de 2013.
Revolta popular
Mais de 840 pessoas morreram nos 18 dias da revolta popular de 2011 contra o regime de Mubarak, durante a qual os manifestantes exigiram a renúncia do ex-presidente. A brutalidade policial e os abusos das forças de segurança estavam entre as causas dos protestos.
Nos últimos dias, a imprensa egípcia apostava na absolvição de Mubarak, em consequência da mudança do clima político do país entre 2012 e agora.
Os julgamentos contra Mubarak, com ampla cobertura da imprensa no início, rapidamente foram ofuscados pelos processos contra seu sucessor, o islamita Mohamed Mursi, destituído em julho de 2013 pelo ex-comandante do exército e atual presidente, Abdel Fatah al-Sisi.
Mursi e quase todos os dirigentes de sua organização, a Irmandade Muçulmana, acabaram detidos e correm o risco de condenação à pena de morte.
Os meios de comunicação e boa parte da opinião pública acusam agora a organização pela violência política iniciada em 2011, que ainda afeta o país.
Ao mesmo tempo, a polícia acabou reabilitada, já que a imprensa aprova a repressão das forças de segurança contra os islamitas pró-Mursi.
Após o golpe, que derrubou o primeiro presidente eleito de forma democrática no país, mais de 1.400 islamitas morreram em ações da polícia e do exército.

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