
Entre suas principais obras estão Fenomenologia do Espírito, Princípios da filosofia do direito e Lições sobre a história da filosofia.
Para entender a filosofia de Hegel, é conveniente situar alguns pontos básicos a partir dos quais se desenvolve a sua reflexão.
O primeiro desses pontos é o entendimento da realidade como Espírito. Esse conceito, desenvolvido a partir da filosofia de Fichte e Schelling, é ampliado ainda mais em Hegel. Entender a realidade como Espírito, de acordo com a filosofia de Hegel, é entendê-la não apenas como substância, mas também como sujeito. Isso significa pensar a realidade como processo, como movimento, e não somente como coisa (substância).
O segundo ponto básico da filosofia hegeliana diz respeito justamente a esse movimento da realidade. A realidade, enquanto Espírito possui uma vida própria, um movimento dialético. Por movimento dialético, Hegel quer caracterizar os diversos momentos sucessivos pelos quais determinada realidade se apresenta.
Nesse exemplo, Hegel ressalta que a realidade não é estática, mas dinâmica, e em seu movimento apresenta momentos que se contradizem entre si, sem, no entanto, perderem a unidade do processo, que leva a um crescente auto-enriquecimento.
Esse desenvolvimento, que se faz através do embate e da superação de contradições, Hegel denominou dialética. Embora esse termo apareça já na Antiguidade, com Platão, em Hegel o conceito de dialética se aplica a algo totalmente distinto: não é um método ou uma forma de pensar a realidade, mas sim o movimento real da realidade. Por isso, para compreender a realidade, o pensamento também deve ser dialético.

A realidade, para Hegel é um contínuo devir, na qual um momento prepara o outro mas, para que esse outro momento aconteça, o anterior tem de ser negado.
Esses três momentos são comumente chamados de tese, antítese e síntese. Hegel os concebe como um movimento em espiral, ou seja, um movimento circular que não se fecha, pois cada momento final, que seria a síntese, se torna a tese de um movimento posterior de caráter mais avançado.
Compreender a dialética da realidade, segundo Hegel, exige um trabalho árduo da razão, que deve se afastar do entendimento comum e se colocar do ponto de vista do absoluto. Esse caminho da consciência que se afasta do conhecimento comum e se eleva ao saber absoluto é o objeto de reflexão do autor em sua obra Fenomenologia do Espírito.
Nela, Hegel afirma que a consciência que alcança o saber absoluto atinge a razão, ou seja, supera o entendimento finito e adquire a certeza de ser toda a realidade. Desse modo, a Razão alcançaria a consciência da unidade entre ser e pensar, harmonizando a subjetividade e a objetividade.
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