sábado, 5 de outubro de 2013

Polícia retira manifestantes, e obras no Cocó são liberadas

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
05.10.2013
Tratores adentraram o parque e destruíram o acampamento. O material encontrado foi levado por caminhões

Após quase três meses de ocupação, a área do Parque do Cocó onde a Prefeitura de Fortaleza construirá dois viadutos foi desocupada, na tarde de ontem, depois de uma operação policial que durou cerca de apenas dez minutos, resultando em confronto entre policiais militares e manifestantes. Apesar da rapidez da ação, o clima foi bastante tenso, e duas pessoas chegaram a ser detidas. O Município assinou o documento de reintegração de posse e se prepara para seguir com as obras.

Apesar da rapidez da ação, o clima no entorno do acampamento montado no Parque do Cocó foi bastante tenso, na tarde de ontem, e duas pessoas chegaram a ser detidas FOTO: KID JÚNIOR

Diversas tentativas de diálogo foram utilizadas, no início da tarde, na busca por uma solução pacífica, no entanto, sem sucesso. Por volta de 13h15, o oficial de Justiça notificou os acampados, que teriam, a partir daí, duas horas para se retirarem do local. Em meio ao aparato policial que chegava, as avenidas Engenheiro Santana Junior e Antônio Sales foram fechadas pela PM, e a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) atuou no entorno controlando o tráfego, que ficou bastante congestionado.

Sem sucesso, o juiz substituto da 6º Vara de Justiça, Kepler Ribeiro, tentou, por volta das 15h20, convencer os manifestantes a deixarem o acampamento espontaneamente, para que não houvesse a necessidade da força policial. Sob vaias e gritos de ordem, o magistrado deixou o parque, e a operação de desocupação foi iniciada em seguida.

Todo o comércio no entorno da área fechou as portas com receio da ação, e muitos funcionários curiosos acompanhavam os preparativos para a operação. Uma concessionária de veículos chegou a retirar os carros de sua área de exposição temendo possíveis danos, e algumas pessoas que passavam pelo local se apressavam para sair dali.

Um pouco depois das 15h30, o Batalhão de Choque, até então em formação na Av. Antônio Sales, avançou em direção ao acampamento. Recebido com pedras e fogos de artifício, o efetivo reagiu com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Mesmo após a saída do interior do parque, alguns acampados continuaram a reagir, e a PM efetivou ações dispersando grupos nos dois sentidos da Av. Engenheiro Santana Júnior. Em meio a manifestantes em fuga, populares assustados procuravam deixar rapidamente o local.

Além de alguns ativistas e um policial, cerca de três profissionais da imprensa saíram feridos após o enfrentamento. Entre eles, um repórter do Diário do Nordeste, atingido por dois tiros de balas de borracha e um auxiliar de cinegrafista da TV Ceará, lesionado por uma bomba de efeito moral nas costas e atendido em seguida pelo Corpo de Bombeiros presente.

Após a retomada da área, a PM montou barreira debaixo de gritos de manifestantes que retornaram à região. Em seguida, tratores adentraram o local antes ocupado e destruíram o acampamento. O material foi retirado por caminhões.

Polícia Militar desocupa área do Cocó; confira vídeo




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Detidos

Uma das pessoas detidas estava em cima de uma árvore, mas foi liberada ainda no local. O segundo, um jovem que correu nu em direção ao cerco policial, foi encaminhado ao 30º Distrito Policial no bairro São Cristovão. O comandante do Policiamento Especializado (CPE), coronel José Maria Barbosa Soares, considerou a ação positiva. "Cumprimos a ordem dentro da melhor técnica possível para evitar pessoas lesionados", disse.

No encerramento da festa de São Francisco, em Canindé, o governador Cid Gomes comentou a ação lamentando o fato de um repórter do Diário do Nordeste ter sido atingido por balas de borracha. "Lamento muito. Isso não era para acontecer assim. Tinha que ser com diálogo".

Imagens da Ação
Momentos de conflito
Os policiais começaram a se mobilizar para entrar na área do Parque do Cocó por volta das 15h40. O juiz substituto da 6ª Vara Federal, Kepler Ribeiro, foi ao local tentar convencer os acampados a saírem pacificamente, mas foi vaiado. Um manifestante tirou a roupa em protesto e foi detido pela Polícia. Após a desocupação, começou o trabalho de limpeza. Fotos: Bruno Gomes/Kleber A. Gonçalves/Kid Júnior



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