sábado, 19 de outubro de 2013

PF investiga diplomas falsos de medicina em 14 estados, incluindo o CE

Fonte: http://www.opovo.com.br
Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Jaguaribe e Brejo Santo. Denúncia partiu da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
19/10/2013

Lusiana Freirelusiana@opovo.com.br

O Ceará e mais 13 estados estão sendo alvo de investigação da operação Esculápio, da Polícia Federal, que visa comprovar esquema de uso de diplomas e documentos falsos com objetivo de obter a revalidação de diplomas do curso de Medicina e exercer a profissão no programa Mais Médicos. Ao todo, foram expedidos 41 mandados de busca e apreensão pela 7ª Vara Criminal da Justiça Federal de Mato Grosso.
De acordo com Guilherme Torres, delegado da Polícia Federal de Cuiabá que comandou as investigações, no Ceará foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, nos municípios de Jaguaribe e Brejo Santo. Até o fechamento desta matéria, a PF de Mato Grosso ainda não havia recebido detalhes acerca do que foi apreendido nos dois municípios cearenses, segundo o delegado.
As investigações da PF tiveram início após a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) identificar 41 pessoas que se inscreveram para revalidar o diploma de medicina expedidos em três instituições bolivianas (Universidad Nacional Ecológica, Universidad Técnico Privada Cosmos e Universidad Mayor de San Simon). Ao serem contatadas, as faculdades da Bolívia informaram que essas pessoas nunca foram alunos ou não concluíram o curso nas instituições. “As universidades bolivianas informaram que os diplomas eram falsos. Passamos a investigar porque poderia estar havendo um esquema grande”, explica o delegado.

Ao analisar os documentos, a PF constatou que, dos 41 inscritos na revalidação, 29 foram representados por cinco advogados ou despachantes, que teriam sub-rogado outras pessoas para realizar a inscrição dos supostos médicos. Os acusados serão intimados para prestar esclarecimentos, podendo ser responsabilizados pelos crimes de uso de documento falso e falsidade ideológica.

Revalidação na UFMT
A assessoria de comunicação da UFMT informou que as irregularidades foram percebidas durante a primeira etapa de revalidação dos diplomas, ocorrido em março deste ano. Diante das incongruências, a universidade decidiu acionar o Ministério da Educação (MEC), o Ministério Público Federal (MPF) e a PF. A assessoria explica ainda que a revalidação é realizada há cerca de 20 anos pela universidade, por meio de uma comissão própria.

Por meio de nota, o MEC descartou a relação do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida) com a operação. Ainda segundo a nota, a UFMT não faz parte das instituições federais que adotam o Revalida.

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