sábado, 12 de outubro de 2013

Cem velinhas para Vinicius

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
13.10.2013

O poeta, o músico, o boêmio carioca Vinícius de Moraes completaria 100 anos no próximo sábado, dia 19
O poeta da paixão - como o define um de seus biógrafos, José Castello, das nove garotas com quem casou, nem sempre de Ipanema, dos encontros e parcerias musicais, das noites enluaradas de boemia - que tinha no uísque o melhor amigo do homem (o cachorro engarrafado): Vinicius de Moraes completa no próximo sábado 100 anos de seu nascimento.

Falecido em nove de julho de 1980, viveu 66 deles na rara equação onde o homem se funde a sua obra.

Autor popular, de versos precisos, de um coração que sangra, o poetinha, como era tratado, imortalizou versos como os de seu "Soneto da Fidelidade" (Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure) ou da canção "Garota de Ipanema". Seu legado, inclui uma extensa obra, com mais de 400 poemas publicados. Somente a Coleção Vinicius de Moraes, da Companhia das Letras, mantém em catálogo 29 títulos em seu nome, alguns deles póstumos. Compôs e gravou com nomes como Pixinguinha, Chico Buarque, Tom Jobim, seu primeiro grande parceiro, Toquinho, Carlinhos Lyra, Francis Hime, Edu Lobo, Baden Powell. Um poeta que criou e se recriou diversas vezes ao longo da carreira. "As pessoas que sabem de cor ´Garota de Ipanema´ ou outra qualquer canção escrita por Vinicius de Moraes dificilmente o reconheceriam nos poemas de seu primeiro livro", atestou o também poeta Ferreira Gullar em artigo datado de 1980.

O poeta e diplomata - que caiu na esbórnia da boemia e da música popular - foi admirado por intelectuais da estirpe de Sérgio Buarque de Holanda, dos poetas Ferreira Gullar e Antônio Cícero, do chileno Pablo Neruda, da portuguesa Amália Rodrigues, do cineasta norte americano Orson Welles.

O jornalista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, dizia que o nome no plural denominava os vários Vinicius de Moraes que eram ele. Sob o risco de negligenciar alguns deles, ao poeta cantado, recitado e cultuado, o Caderno 3 dedica a edição de hoje, mergulhando em sua biografia, revelando histórias de dois parceiros cearenses - Fagner e Amelinha - e resgatando um pouco da obra e poesia do poetinha. Saravá!

FÁBIO MARQUES
REPÓRTER 

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