sábado, 5 de outubro de 2013

CASO AMARILDO PMs acusados são detidos no Rio

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
05.10.2013

Na justificativa da prisão preventiva, a juíza afirmou que os policiais intimidaram testemunhas do caso
Rio de Janeiro. Os dez policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha acusados de matar o ajudante de pedreiro Amarildo Souza, 43, em julho, se apresentaram ontem ao Comando da Polícia Militar, eles tiveram a prisão preventiva decretada ontem.

O major Edson Raimundo dos Santos, ex-comandante UPP, é um dos dez policiais militares cuja prisão foi decretada ontem pela Justiça FOTO: DIVULGAÇÃO/GOV. RJ

Entre os policiais está o major Edson dos Santos, ex-comandante da UPP, além de um tenente, um sargento e oito soldados. Eles serão encaminhados para exame de corpo de delito e para uma unidade prisional no Rio. A juíza Daniella Prado determinou a prisão preventiva do grupo por coação a testemunhas.

O major Santos teria oferecido uma casa na favela de Rio das Pedras, área dominada por uma milícia, para que, em troca, uma testemunha modificasse o seu depoimento contra os policiais. O jovem e sua mãe foram incluídos no programa de proteção a testemunhas e retirados do Rio.

Há um mês, quando surgiu a denúncia, o major negou as acusações. Ontem, os advogados dos policiais disseram que não falariam sobre as prisões.

O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame divulgou uma nota em que fala do esforço da Polícia para elucidar o caso e que a UPP da Rocinha deve ser defendida. Ele ressaltou que "essas pessoas têm direito a ampla defesa". "O importante agora é manter a integridade da UPP Rocinha, que tem a aprovação da grande maioria dos moradores", disse.

Os policiais foram denunciados (acusação formal) na quinta pelo Ministério Público. A juíza da 35ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Daniella Prado acatou a denúncia e abriu processo contra eles.

Depoimentos
Segundo depoimentos do inquérito, Amarildo foi abordado por 14 PMs em um bar próximo à sua casa na rua 2. Sem documentos, foi levado à base da UPP, onde funciona o Centro de Comando e Controle, que controla 84 câmeras instaladas na favela.

Dos 14 policiais, apenas quatro levaram Amarildo para a sede da UPP. As investigações mostram que lá, o ajudante de pedreiro teria sido forçado a contar onde estariam escondidas as armas de traficantes da Rocinha. O major Santos sempre negou essa versão. Segundo ele, Amarildo foi liberado após não ser reconhecido como traficante.

Os policiais da Delegacia de Homicídios não encontraram provas de que Amarildo teria deixado o local caminhando como afirmaram os PMs. As câmeras instaladas na sede da UPP estavam queimadas. Mas a Polícia encontrou uma câmera que funcionava e que não registrou a passagem da vítima pelo local.

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