Fonte: http://diariodonordeste.globo.com
13.10.2013
Sindicato informa que a desvalorização da categoria tem levado a uma desmotivação dos profissionais
Eles são mestres. Ensinam não só a ler e a escrever, mas lições que servirão de referência para o resto da vida. Exercem papel imprescindível na formação dos cidadãos: o de educar. No entanto, professores, mestres e educadores vêm sofrendo, ao longo dos anos, um processo de desvalorização. São vítimas da falta de estrutura das unidades educacionais, baixos salários, falta de reconhecimento por parte da sociedade e até da violência.
A Secretaria da Educação informa que um concurso público está em andamento, com a oferta de 3 mil vagas para todas as disciplinas do ensino médio. O candidato precisa ter grau superior em nível de licenciatura plena
Esse conjunto de fatores coloca em risco a escola pública, uma vez que o patamar de desvalorização tem levado a uma desmotivação dos profissionais e a uma não atratividade para a carreira. Prova disso são os altos índices de defasagem. De acordo com o Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc) há uma carência de, pelo menos, 5 mil professores em todo o Estado. Este déficit é agravado, sobretudo, nas áreas de ciências, química, matemática, biologia e física. "Mesmo com concurso público, há dificuldade de ter professores", denuncia Anísio Melo, presidente do Sindicato Apeoc.
Com o processo de desvalorização, acrescenta Anísio, o risco que se corre é de haver uma desprofissionalização da categoria. "Temos, hoje, nas salas de aula, profissionais zumbis, doentes, desestimulados e emocionalmente abalados. Os professores não são vistos enquanto seres humanos, enquanto profissionais", alerta.
O sindicalista salienta que não basta cumprir a lei do piso, é preciso respeitar o 1/3 para atividades de planejamento, além de valorizar toda a carreira.
Professor graduado em início de carreira ganha R$ 1.613. O problema, observa Melo, é que não existe uma carreira que estabeleça padrões diferenciados de salários, conforme a formação do profissional - graduado, especialista, mestre e doutor. A situação é alarmante. Tanto que o Ministério da Educação lançou, no último mês de setembro, a campanha "Quero ser cientista, quero ser professor". O intuito é incentivar estudantes de escolas públicas a seguirem a carreira de docente nas áreas de matemática, física, química e biologia.
Os participantes receberão bolsa-auxílio no valor de R$ 150, que servirá para o jovem ter condições de acompanhar o programa. Também será oferecido aos estudantes o kit "Aventura na ciência", material didático para o estudo de física, química, biologia e astronomia. Só nas áreas de ciências e matemática, existe uma defasagem de 170 mil docentes em todo o País.
Docentes
O Ceará conta com 12.039 professores efetivos e ativos, conforme a Secretaria da Educação do Estado (Seduc). Desse total, 65% possui especialização e 4% mestrado e doutorado. Em nota, o órgão informa que tem priorizado o ingresso de profissionais na rede pública estadual através de concurso e prova de títulos.
Acrescenta, ainda, que um concurso público está em andamento com a oferta de 3 mil vagas para todas as disciplinas do ensino médio. Para assumir o cargo, o candidato precisa ter grau superior em nível de licenciatura plena. A remuneração para carga horária de 40 horas aulas semanais é de R$ 2.444,92, mais auxílio alimentação no valor mensal de R$ 220,00.
LUANA LIMA
REPÓRTER
DIZER QUE FALTAM 5 MIL PROFESSORES NA REDE ESTADUAL NÃO ME PARECE CORRETO. TAMBÉM NÃO CONCORDO QUE FALTAM DOCENTES NAS ÁREAS DE NATUREZA E MATEMÁTICA.
ResponderExcluirHÁ UMA DEFASAGEM DE, PELO MENOS 10 MIL NA REDE ESTADUAL, E FALTAM PROFESSORES DE TODAS AS ÁREAS. E A TENDÊNCIA É QUE A SITUAÇÃO PIORE...