18.10.2014
Segundo volume da trilogia sobre Getúlio Vargas, do cearense Lira Neto, vence o Prêmio Jabuti de biografia
Em 2013, o escritor cearense Lira Neto ficara em terceiro lugar na categoria Biografia do Prêmio Jabuti, uma das máximas honrarias da literatura brasileira, com "Getúlio: dos Anos de Formação à Conquista do Poder, 1882-1930", o primeiro das três obras sobre o ex-presidente do Brasil. Essa semana, no entanto, o merecido prêmio chega, finalmente, à sua estante.
O autor e jornalista foi anunciado o vencedor na mesma categoria com o livro "Getúlio Do governo provisório à ditadura do Estado Novo (1930-1945)", o segundo volume da trilogia.
O resultado da 56ª edição da premiação foi anunciado na última quinta-feira (16), em São Paulo, na sede da Câmara Brasileira do Livro, que organiza a cerimônia.
Pesquisa
Foi encarando a magnitude da história que cerca o político gaúcho que o escritor e jornalista cearense Lira Neto escreveu, nos últimos cinco anos, uma trilogia de livros mergulhando em toda a trajetória de Getúlio Vargas, que ficou conhecida como Era Vargas.
O primeiro volume da trilogia vai de seu nascimento, em 1882, até a Revolução de 1930. O segundo, enfoca seu governo até 1945. O último volume da empreitada, descreve os episódios que marcaram os últimos dias do gaúcho, tanto na política como em vida.
"Os três livros se justificaram pelo tamanho do impacto que Getúlio produziu na história brasileira, pelo tempo que permaneceu à frente do poder, pondo em prática uma série de mudanças políticas, sociais e econômicas", disse o escritor em entrevista ao Diário do Nordeste, durante o lançamento do último livro da trilogia em Fortaleza, em agosto deste ano.
Os 15 anos que a história, pomposamente, nomeou como Era Vargas - objeto da segunda obra foram tudo, menos estáveis. Por abranger todo o período da II Guerra Mundial, já poderia ser descrito como um dos mais turbulentos do ainda mais turbulento século XX. Em seu projeto de desenvolvimento, Getúlio encontrou, entre outras coisas, o conflito, que sucedeu uma relação amistosa, de colaboração até, entre o regime do brasileiro e a Alemanha nazista.
Deslizes
A disputa ao Jabuti deste ano não transcorreu sem obstáculos. Um dos três jurados da categoria contos e crônicas fez votos considerados, pelo conselho curador, "uma tentativa de manipulação". Identificado como Jurado B (os nomes serão revelados na cerimônia de entrega, em novembro), ele deu a nota mínima, 8, aos cinco finalistas mais famosos da categoria.
Isso não impediu que quatro deles ficassem nos três primeiros lugares: "Amálgama", de Rubem Fonseca, "Você Verá" (Record), de Luiz Vilela, e, empatados em terceiro, "Nu, de Botas", de Antonio Prata, e "Um Solitário à Espreita" (Companhia das Letras), de Milton Hatoum.
Com isso, ficou comprovada a eliminação do "fator Jurado C". Em 2012, o crítico literário Rodrigo Gurgel, o Jurado C, eliminou sozinho vários finalistas de romance ao lhes dar nota zero.
Desde então, a nota mínima permitida para cada jurado é 8 - que pode reduzir a chance de um finalista, mas não eliminá-lo.
O conselho curador foi composto por Antonio Carlos Sartini, Frederico Barbosa, Luís Carlos de Menezes e Márcia Lígia Guidin. O evento de entrega aos vencedores do Prêmio Jabuti 2014 será realizada em 18 de novembro de 2014, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. O primeiro lugar em cada categoria receberá R$ 3.500. O segundo e o terceiro ganham só as estatuetas. Na ocasião, serão conhecidos os vencedores do livro do ano de ficção e de não ficção, aos quais competem os primeiros lugares em algumas das 27 categorias. Os dois receberão mais R$ 35 mil cada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário