12/10/2014
Moradores denunciam a falta de manutenção dos bosques e lagoas da Maraponga, Mondubim e Opaia. No Mondubim, mesmo a lagoa estando imprópria para banho, crianças dividem o espaço com lixo e animais
João Paulo Freitas joaopaulodefreitas@opovo.com.br
FOTO EDIMAR SOARES
Frequentar o entorno da Lagoa da Maraponga deixou de ser hábito para o aposentado Luiz Batista. O homem de 64 anos ressalta que ele e sua esposa pararam de fazer caminhada no calçadão do local porque já torceu o pé algumas vezes por causa do calçamento degradado. “O pior daqui é porque não há estrutura física nem na calçada, nem dentro do bosque, pois existe muito entulho e, em alguns pontos, não há iluminação”.
As queixas de Batista, que é morador do bairro, vão além do concreto do calçadão e da infraestrutura ruim do bosque. Ele diz que, por ser um espaço de lazer, a lagoa fica poluída e exala odor. “Aos domingos, muitas famílias vêm e trazem comida, bebida e passam o dia inteiro aqui. Quando vão embora, deixam garrafas, restos de comida e fica muito fedido. Temos dois problemas aqui: falta de investimento em um bosque tão povoado e a má educação das pessoas que circulam aqui”.
Dentro do bosque é possível notar os entulhos gerados pelo acúmulo das folhas das árvores e o lixo deixado por populares. Já não dá mais para praticar corrida porque o calçadão já está desgastado e íngreme. À noite, o espaço fica quase inabitado porque, em alguns postes, não há iluminação. O cheiro azedo que vem das águas da lagoa é resultado da ação humana, que ainda têm o hábito de jogar lixo em qualquer parte.
A poucos quilômetros da Lagoa da Maraponga, encontra-se a lagoa do bairro Mondubim. Por ser ao lado de uma Rede Cuca, muitas crianças tomam banho e dividem o espaço fezes de boi, pois paralelo à lagoa, existe uma criação de gado. Maristela Gonçalves reclama da sujeira que muitos criados de gato do local. “É um risco uma criança se banhar nessa água, porque é tanto lixo e fezes juntas, e ninguém se conscientiza”. O calçamento também dificulta a caminhada de pedestres.
No bairro Vila União, há um esgoto ao céu aberto nas águas da Lagoa do Opaia. Populares utilizam o espaço como lixão. Raimundo Pinto Muniz, 39, todos os dias passa pela lagoa para deixar e buscar sua filha na escola. O comerciante diz que a Prefeitura poderia investir, não só na revitalização dos entornos da lagoa, mas também em educação. “É uma comunidade carente, não muito instruída, que precisa de um investimento também educativo”.
Saiba mais
O coordenador de Conservação e Serviços Públicos da Regional V, Luciano Agnelo Sales, informa que o órgão está “realizando um projeto para a reconstrução do calçadão e reforma do anfiteatro, com previsão de início para o ano de 2015” na Lagoa da Maraponga. A unidade salienta que a Coordenação de Iluminação Pública realiza trimestralmente uma manutenção nos parques e lagoas.
Representante da Emlurb, o coordenador do núcleo de ações comunitárias da defesa civil, Roger Barreto, informa que, tanto a lagoa do Mondubim quanto a da Maraponga já foram limpas este ano. A Lagoa do Opaia está sendo limpa há um mês. Ele diz que essas lagoas serão limpas novamente após notificações dos agentes da Emlurb.
Denúncias sobre sujeira em espaços públicos podem ser feitas na Central de Atendimento da Seuma: (85) 3452 6900.
Nenhum comentário:
Postar um comentário