04/10/2014
Clientes dos bancos alegam que transações pelos terminais de autoatendimento e pela internet estão com limitações
CAMILA DE ALMEIDA/ESPECIAL PARA O POVO
O quarto dia de greve dos bancários foi de muita dor de cabeça para quem buscou as agências bancárias, ontem, em Fortaleza. O professor aposentado Daltron Manoel Ribeiro do Santos teve problema para sacar o dinheiro para o fim de semana, “Tenho um limite de saque e tive dificuldade na hora de sacar porque colocava a minha quantia, mas apontava como limite excedido. A greve é uma das piores formas de reivindicar”.
A enfermeira Havana Vasconcelos estava em dúvidas em relação às aplicações financeiras que possui.“Solicitei um levantamento das minhas aplicações no banco porque preciso usar esses valores, e isso não dá pra fazer pela internet, nem telefone. Sou a favor da greve, mas eles deveriam atender em horário reduzido pra não prejudicar a população, que não tem culpa”.
Desde o último dia 29, bancários em todo o país seguem em greve por tempo indeterminado. No Ceará, segundo o Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE), 352 agências aderiram ao movimento, o que corresponde a 66,79% delas em todo o Estado.
O reajuste salarial de 12,5% e a valorização do piso para R$ 2.979,25, valor equivalente ao salário mínimo calculado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), estão dentre as principais reivindicações dos bancários. Eles reiteram o pedido com medidas que visam proteger o emprego, acabar com a terceirização e melhorar as condições de trabalho e saúde, como o combate às metas abusivas e ao assédio moral.
No Brasil, a paralisação já alcançou 10.355 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e Distrito Federal, segundo último levantamento divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Foram mais 976 novas unidades fechadas, um crescimento de 10,4% em relação ao último dia. (Yara Peres/especial para O POVO)
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