07/08/2015
Escolas públicas cearenses com as melhores médias no Enem são militares ou de ensino profissional, com índices socioeconômicos médio e alto
Envolvimento entre escola, professores e família. Estratégias de reforço da aprendizagem. Boa estrutura física. Construção de vínculos. Iniciativa. Para os que estudam ou ensinam nas escolas públicas cearenses, esses são os principais fatores que justificam os bons resultados expostos pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014. Rendimento escolar, permanência, formação adequada dos docentes e condições socioeconômicas são outros indicadores que também ajudam a analisar como vão – e quais diferenças exibem - as escolas da rede pública de ensino.
As escolas públicas do Ceará com as melhores médias no exame são militares ou de ensino profissional. Todas exibem índices socioeconômicos entre médio e alto. Entre as escolas com menores médias, todos os índices socioeconômicos são baixos e nenhuma possui porcentagem de formação docente (que indica a proporção de professores com formação adequada) acima de 60%.
Bons índices
Como a escola pública consegue alcançar bons resultados? “A gente tem alunos com condição socioeconômica baixa, que precisam da formação profissional para se empregar. Isso traz motivação para aprender, e muitos acabam entrando na universidade”, responde a professora da Escola Estadual de Ensino Profissional Padre João Bosco de Lima, de Mauriti, na Região do Cariri. A instituição teve a melhor média do Brasil no Enem quando considerados os critérios de ser de grande porte (mais de 90 alunos), ter permanência dos alunos acima de 80% (percentual de estudantes que cursaram todo o ensino médio na escola) e atender jovens com renda familiar de até dois salários mínimos.
A segunda colocada do ranking nacional é a Escola de Ensino Fundamental e Médio Deputado Cesário Barreto Lima, em Taperuaba, distrito de Sobral, na Região Norte. Amanda Ávila, 18, fez o Enem em 2014 antes de deixar a escola e seguir para duas graduações (em Direito e Ciências Contábeis). “A monitoria, onde você aprende e ensina, as aulas de reforço e as avaliações em forma de simulados fizeram a diferença no rendimento”, avaliou.
Para o diretor comandante do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros, coronel Ronald Bezerra, a existência do processo seletivo para o ingresso na instituição é o primeiro diferencial de qualidade. “Os alunos já vêm com uma base”, contou.
Para o aluno do Colégio Militar de Fortaleza, Davi Oliveira, 17, a disciplina, o respeito aos professores e a valorização do mérito ajudam o aluno a estudar mais. “A gente se espelha em bons exemplos”, disse. A partir da média no Enem de 2014, de 725,8, Davi poderia ter ingressado no curso de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), mesmo ainda estando no primeiro ano do ensino médio.
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