30/08/2015
Entre centenas de possibilidades, seis assuntos são cogitados por educadores para as provas do Enem 2015. Eles ainda lembram que candidatos devem ainda conhecer a lógica da prova
Isabel Costa
Educação
Só consegue mensurar o frio na barriga quem já se submeteu à maratona de provas. Quando o caderno de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) chega, a vontade, muitas vezes, é virar a primeira página e saber logo a proposta de Redação. Para garantir uma boa nota, dizem educadores, é essencial ter conhecimento das atualidades cobradas. Por isso,
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O POVO.dom procurou professores e coordenadores de escolas e cursinhos preparatórios de Fortaleza em busca dos temas que são aposta para o exame de 2015, marcado para outubro.
Alguns temas aparecem constantemente nas questões objetivas, lembra Marcos André Tomaz, diretor de Ensino do Colégio Ari de Sá Cavalcante. “Historicamente, os assuntos mais abordados nas provas de humanidades são Idade Contemporânea, Brasil Colônia, Geografia Agrária, Meio Ambiente e Globalização”, cita. Ele lembra que é improvável a entrada de assuntos referentes ao segundo semestre, “pois a prova é preparada com antecedência”.
Diferentemente dos vestibulares tradicionais, comuns na década de 1990, o Enem trabalha com uma perspectiva de tempo diferente, argumenta Wagner Castro, coordenador de Ensino Médio do Colégio 7 de Setembro. “Antes, nos aulões de véspera, falávamos assuntos de um mês e caía na prova. Hoje, isso não funciona”, afirma.
O professor Adriano Bezerra, do Colégio Farias Brito, dialoga com este pensamento. Como as questões da prova são incluídas em testes e aplicadas em vários locais, explica, é logisticamente improvável que os temas discutidos recentemente apareçam no Enem deste ano. “No começo era uma incógnita, mas hoje já temos um perfil do Enem - que trabalha basicamente nos eixos social, econômico e ambiental. As redações dos últimos anos nós percebemos que têm temas oriundos da História e da Geografia. Pode existir esse diálogo”, opina o docente.
Conforme Diego Pereira, professor do Colégio Christus, saiu-se melhor na Redação nos últimos anos quem entendeu o “processo lógico” da prova. Ao invés de seguir tendências, argumenta, é preciso entender a sistemática e as competências exigidas pelos elaboradores.
Fábio Frota, coordenador do projeto Academia Enem, lembra que, apesar de alguns assuntos serem recorrentes, o exame costuma surpreender - com um tema de Redação inesperado ou questões inusitadas. “Os temas mais pertinentes, este ano, envolvem agricultura, meio ambiente, fontes de energia e geopolítica”, enumera. Para incrementar a preparação, Fábio sugere que os estudantes reforcem os estudos em estatísticas, interpretação de gráficos, áreas e volumes de sólidos. “Na prova de Matemática sempre temos questões desses conteúdos”, indica.
Pontos cegos
Professor de produção textual do Colégio Farias Brito, Francisco Souza Nunes aconselha os candidatos a olharem os temas de vários ângulos - vislumbrando mais de um viés para cada proposta de Redação, por exemplo. “Nós consideramos ‘pontos cegos’. Todo mundo está voltado para a redução da maioridade penal, mas o ponto cego é o sistema prisional brasileiro, por exemplo. Neste momento, as pessoas se perdem. O Enem trabalha escondendo o tema”, ensina.
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