domingo, 9 de agosto de 2015

Absolvido no mensalão, ex-assessor do PP tem envolvimento na Lava Jato

Fonte: http://www.opovo.com.br/
09/08/2015
Segundo delatores da Lava Jato, o ex-assessor do PP João Cláudio Genu arrecadou e distribuiu propina do esquema de corrupção. Ele foi absolvido no caso do mensalão poucos anos antes

GERALDO BUBNIAK/FOLHAPRESS
Alberto Yousseff afirma que o ex-assessor ficava com até 5% da propina distribuída
Política
Investigadores da Lava Jato apontam que o ex-assessor parlamentar do PP João Cláudio Genu, que acabou absolvido no julgamento do mensalão, teve papel de destaque no escândalo de corrupção da Petrobras e tentou ocupar o espaço deixado no esquema pelo ex-deputado José Janene, morto em 2010.

Janene é considerado um dos principais responsáveis pela implementação do esquema na estatal. Dois condenados e presos no mensalão, o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) e o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) já foram presos na Lava Jato, também acusados de participação de desvios praticados na Petrobras.

Para integrantes do MP, a engenharia criminosa na estatal utilizou o mesmo expediente do mensalão: a compra de congressistas para formação de apoio ao governo. Investigadores avaliam que Genu tinha papel destacado no esquema.

Segundo trechos da delação premiada de Rafael Angulo (braço direito de Alberto Youssef), a que a reportagem teve acesso, sem Janene, Genu continuou a visitar o escritório do doleiro até 2013. De acordo com delatores, Genu arrecadava e distribuía propina, e participava de reuniões antes e depois da morte de Janene.

Youssef afirmou que Genu ficava com 5% da propina já na época em que Janene atuava. O deputado morto levaria 60% do dinheiro. Sua comissão, teria chegado a 15%, após o falecimento do deputado.

As acusações levaram o Ministério Público Federal a pedir ao STF uma busca e apreensão na empresa de Genu. A ação ocorreu há duas semanas, na mesma ação que atingiu o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

No escritório de Genu, foi apreendida grande quantidade de dinheiro em espécie. Um policial presente à ação estima que havia aproximadamente R$ 100 mil.

Procurados pela reportagem, Genu e seu advogado não retornaram as ligações. (das agências de notícias)

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