02/08/2015
O nome assusta e já faz lembrar desastres. Mas a era nuclear é muito mais do que as explosões atômicas. No cotidiano, todos nós já tivemos contato com as fontes radioativas
Um momento na história, em 1945, quando a energia nuclear foi usada para bombardear as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Foi também quando se intensificaram as descobertas que mudariam o mundo, a sociedade, o futuro. Através de uma unidade, minúscula, que compõe as moléculas de todo e qualquer corpo existente no universo: o átomo. Iniciar guerras e exterminar populações. Mas também gerar energia elétrica, diminuir o aquecimento global, intensificar a ação de submarinos, rastrear o metabolismo de uma planta com fins farmacêuticos ou erradicar pragas de plantações. Sim, a fórmula de prótons (partículas com carga positiva) e nêutrons (partículas sem carga) em um núcleo, rodeado de elétrons (partículas com carga negativa), pode ter todos esses fins.
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As aulas de Física e Química ensinam sobre esse poder da energia nuclear, que dá origem ao fenômeno de radiação. Como isto acontece: o núcleo do átomo de um elemento químico pesado (como o urânio) é quebrado em dois núcleos menores e atingido por um nêutron, num processo denominado de fissão nuclear. Uma reação em cadeia então começa, porque, além dos dois novos núcleos, surgiram também mais nêutrons, que podem atingir outros núcleos de átomos do urânio e isso, acontecendo de forma sucessiva, libera muito calor. Controlar- ou não - essa reação é o que vai diferenciar o uso pacífico ou bélico na energia atômica.
“Existem quatro forças fundamentais na natureza: a gravidade, o eletromagnetismo, a força fraca e a forte, que é chamada nuclear”, destaca o coordenador do curso de Física da Universidade Federal do Ceará (UFC), Carlos Alberto Santos. E essa força está mais presente no cotidiano da humanidade do que se imagina. A radiação emitida por alguns elementos – que pode vir na forma de partículas beta e alfa ou por onda eletromagnética gama (você também já ouviu falar sobre elas na escola)- já traz benefícios na medicina, indústria, meio ambiente... Em uma analogia mais simplificada: os raios nucleares vêm dentro do corpo, de objetos, da água, das plantas.
Atualmente, entre as mais intensas discussões mundiais estão o uso da energia nuclear para geração de energia elétrica, nas usinas nucleares, e a possibilidade de países usarem o material radioativo para a confecção de armas nucleares. A construção, funcionamento e, principalmente, a segurança dos conhecidos reatores nucleares (câmaras onde a reação de fissão é controlada para impulsionar turbinas e que serão responsáveis pela produção de energia) são alvos constantes de questionamentos, fruto de acidentes que já se transformaram em tragédias.
Na outra ponta dos debates, o perigo das bombas atômicas. Enquanto o mundo tenta assinar acordos onde haja comprometimento sobre o não uso de energia nuclear para destruir, países intensificam as tecnologias que tornam elementos radioativos cada vez mais potentes, não revelam onde o lixo atômico (e perigoso) está sendo depositado. Há perigo. Mas, entre as utilizações da energia gerada no núcleo dos átomos, está o benefício à sociedade, à economia, à saúde. O Ciência&Saúde detalhará essa fonte, crescente, revolucionária e polêmica.
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