23.05.2015
Enfrentando uma crise no setor energético que resultou no aumento expressivo da conta de luz para os consumidores, o País poderia ter sido menos impactado pela escassez hídrica caso tivesse investido, em anos anteriores, em outros tipos de energia. A afirmação é da presidente do O Sindicato dos Engenheiros no Ceará (Senge-CE), Thereza Neumann, segundo quem a instalação de painéis para a obtenção de energia fotovoltaica seria uma das alternativas que poderiam diversificar e fortalecer a matriz energética do Estado.
"Nós nunca realizamos investimentos em massa para fontes alternativas, mesmo conhecendo a potencialidade do nosso País. Agora, essas outras fontes estão se apresentando como uma saída (para a crise)", aponta. A falta de chuvas nos últimos anos fez com que o governo precisasse acionar as usinas térmicas - mais caras e mais poluentes - para garantir o abastecimento, o que resultou no aumento do preço pago pela energia.
Tributação
Conforme Thereza, um dos motivos para que a energia fotovoltaica ainda não seja usada em maior escala é a forma como se dá a tributação no Estado, uma vez que aqueles que produzem esse tipo de energia pagam Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) tanto para produzir quanto para consumir a energia gerada. A mudança na forma de tributação, ressalta, é um dos pleitos do setor junto ao poder público.
Apesar dos obstáculos e o do uso relativamente baixo desse tipo de energia, a presidente do Senge-CE diz acreditar que o uso da energia fotovoltaica deve crescer nos próximos anos. Ela ressalta que o segmento é um dos campos que mais têm atraído profissionais da Engenharia.
Neste semestre, o Programa Inovshare oferece um curso, apoiado pelo Senge-CE e pelo Crea-CE, que possibilita aos alunos, além das aulas em módulo, o compartilhamento de experiências com profissionais de Portugal. Instrutor do curso em Fortaleza, o engenheiro português Sérgio dos Reis Morais ressalta que o Ceará reúne todas as condições naturais favoráveis à geração desse tipo de energia. Ele informa que o curso envolverá desde aulas sobre a fabricação dos equipamentos necessários até a instalação dos painéis fotovoltaicos, contando com a participação de profissionais portugueses, via Skype.
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