26/04/2015
Até choveu, mas não o suficiente e o Brasil continua a depender das térmicas para não ficar no escuro. Com isso, a bandeira vermelha seguirá vigente em 2015 e a tarifa de energia continuará alta
Sua tarifa de luz, que já acumula alta de 40,16% neste ano, vai continuar elevada. Isso porque a única chance de alívio em 2015, o fim da bandeira vermelha, está praticamente descartada. O adicional na conta vem em razão do uso das usinas térmicas, que estão ligadas porque os reservatórios das hidrelétricas seguem baixos e não dão conta de abastecer o País. Ao consumidor, resta economizar.
Serão seis meses tensos. De maio a outubro, o nível dos reservatórios das hidrelétricas no Brasil só diminuirão. Deveriam ter sido reabastecidos com a chuva do chamado “período úmido”. Até choveu, mas não como era previsto. A recarga ficou abaixo do esperado. A estimativa do Operador Nacional do Sistema (ONS) é de fechar abril com nível médio nacional de 33,1%, afirmando ser suficiente para evitar um racionamento de energia elétrica. Mas ainda arriscado.
Com o nível das águas em baixa, são acionadas as termelétricas, que geram energia por meio da queima do óleo e gás, por exemplo. Assim, poupam água da geração hidrelétrica. São responsáveis por cerca de 20% de toda a eletricidade consumida atualmente no País. O problema é que essa geração chega a ser sete vezes mais cara que a hidrelétrica.
O Governo Federal vem mantendo, desde 2012, as térmicas ligadas. O resultado disso e do represamento de preço até 2014, ano eleitoral, é que o consumidor sentiu quatro aumentos na conta de luz em 2015. Foi o reajuste anual, a revisão extraordinária, o início da bandeira tarifária e o aumento da bandeira tarifária. Na bandeira vermelha, que está vigente, o consumidor paga um adicional de R$ 5 a cada 100 kWh consumidos. Na amarela, o adicional é de R$ 2,50. Na verde, não há acréscimo.
Conforme o consultor de Energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Jurandir Picanço, é preciso chegar a novembro com o nível médio dos reservatórios em, ao menos, 10%. Esse índice e o acionamento das térmicas garantem o abastecimento – mesmo que a um custo mais alto.
“Praticamente todas as térmicas estão em operação. São centenas no País todo. Com os níveis dos reservatórios em 60%, não iria precisar de tantas térmicas. Aí cairia para bandeira amarela. Precisa ter muitas chuvas para entrar na bandeira amarela e talvez na verde”, analisa Jurandir.
RacionamentoA situação dos reservatórios pinta um cenário pior do que o de 2001, ano de racionamento no Brasil. Mas, agora, as térmicas impedem que a situação se agrave. Além disso, a indústria passa por uma redução na produção, demandando menos energia. Segundo o especialista em energia elétrica e eficiência energética, Tomaz Nunes Cavalcante, não dá para pensar o no problema em curto prazo.
RacionamentoA situação dos reservatórios pinta um cenário pior do que o de 2001, ano de racionamento no Brasil. Mas, agora, as térmicas impedem que a situação se agrave. Além disso, a indústria passa por uma redução na produção, demandando menos energia. Segundo o especialista em energia elétrica e eficiência energética, Tomaz Nunes Cavalcante, não dá para pensar o no problema em curto prazo.
“Se chegar em novembro com 10%, tem que rezar outra vez para São Pedro. Está na hora de colocar medidas técnicas para se pensar médio e longo prazo”.
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