sábado, 18 de abril de 2015

OPERAÇÃO LAVA JATO Propina paga pela Camargo Corrêa chega ao valor de R$ 110 milhões

Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
10h20 | 18.04.2015
O dinheiro era destinado às áreas de Serviços e Diretoria de Abastecimento da Petrobras

Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, admitiu em depoimento ao Ministério Público Federal o pagamento de R$ 110 milhões em propinas feitos pela empresa para abastecer o esquema de corrupção desvendado na Operação Lava Jato. Segundo informações do G1 Paraná, o delator afirmou que os valores foram pagos entre 2007 e 2012.
 
Durante a delação, Eduardo Leite afirmou que R$ 63 milhões das propinas foram destinados para a área de Serviços da Petrobras, na época comandada por Renato Duque e Pedro Barusco. Outros R$ 47 milhões foram destinados à Diretoria de Abastecimento, que era comandada por Paulo Roberto Costa. Segundo Leite, a quantia era desviada de várias obras da Petrobras.
 
Ainda de acordo com Eduardo Leite, o dinheiro para a propina não era de superfaturamento; ele vinha da própria Petrobras, e era inserido ao final das construções, como um custo extra da Camargo Corrêa, que entrava em contratos aditivos.
 
A propina era paga com a subcontratação de empresas. Leite conta que Júlio Camargo e o doleiro Alberto Youssef foram os responsáveis pela indicação das empresas. O valor recebido da Petrobras era passado a elas e, posteriormente, terminava com os funcionários da Petrobras.
 
Um dos contratos citados foi celebrado com a empresa Sanko Sider, já apontada por investigações da Lava Jato, que foi contratada para fornecer tubulações para a Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. O produto foi entregue, mas o valor cobrado foi maior do que o necessário, com a inclusão de gastos de "serviços fictícios". Leite afirma que a Sanko foi apresentada à Camargo Correa pelo doleiro Alberto Youssef e José Janene (PP), ex-deputado morto em 2010.
 
Ainda de acordo com o vice-presidente, os pagamentos se faziam necessários, já que a Camargo Corrêa, segundo ele, corria o risco de não receber os valores contratados com a Petrobras ou mesmo quantias de contratos aditivos que fossem realmente necessários.
 
Eduardo Hermelino Leite ainda afirmou que Dalton Avancini, presidente da companhia, tinha conhecimento de todo o processo. 
 
Detidos 
 
Leite foi detido em novembro de 2014, na sétima fase da operação e solto após a Justiça homologar o acordo de delação premiada firmado com as autoridades. Avancini foi detido junto com Leite e também firmou um acordo de delação premiada e responde o processo em liberdade. Pedro Duque foi preso acusado de corrupção e outros crimes em Curitiba. No Rio de Janeiro, Paulo Roberto Costa cumpre prisão domiciliar após assinar acordo de delação premiada. Barusco, embora citado em vários trechos do depoimento, permanece solto. Subordinado a Duque, Pedro Barusco fez um acordo de delação e já devolveu mais de US$ 100 milhões aos cofres públicos.

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