domingo, 19 de abril de 2015

CONCESSÃO ADMINISTRATIVA Contratos de PPPs do Ceará chegam a R$ 3 bi

Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/
19.04.2015
Tem um custo próximo de R$ 2,5 bi a parceria firmada entre o Estado e uma empresa privada para construir o hospital

hospital Quixeramobim
O hospital localizado em Quixeramobim foi inaugurado em dezembro de 2014, mas não funciona por falta de recursos para a manutenção
FOTO: EDUARDO QUEIROZ
No dia 17 de setembro do ano passado, no auge da disputa pelo Governo do Estado, foi assinado um contrato entre os representantes da Secretaria da Saúde do Ceará, e da empresa Ceará Saúde S.A, no valor de R$ 2.459.062.355,58, para a “construção, fornecimento de equipamentos, manutenção e gestão dos serviços não assistenciais no Hospital Regional Metropolitano do Ceará”, em Maracanaú, sob a forma de “Concessão Administrativa”, com uma vigência de 25 anos, dentro do projeto cearense de contratação das suas Parcerias Público-Privadas.
Esta é a quarta PPP firmada por representantes do Governo cearense. As três outras são a do Castelão (já concluída a obra), a dos serviços de atendimento ao cidadão (Vapt Vupt), e a da Ponte Estaiada. 
Alguns outros projetos, segundo registra documento oficial encaminhado à Assembleia, no início deste mês, “estão ainda em fase de estudos e modelagem”. São eles: O sistema de cogeração de energia e gás natural para o Centro de Eventos (em processo licitatório), Arco Metropolitano , Terminal Intermodal de Cargas do Pecém, Trem do Cariri, Metrô de Fortaleza, Complexo de Alta Segurança do Estado, Unidades Socioeducativas e Centro de Entretenimento e Convenções do Ceará- Praia Mansa. 
Insuficientes
Os deputados, e até mesmo pessoas da administração estadual, pouco sabem a respeito dos contratos já firmados, apesar dos expressivos volumes de recursos que eles reclamam, e dos serviços que se propõem a prestar à população.
As publicações obrigatórias dos extratos dos contratos só nos permitem conhecer o superficial do acordado, insuficientes para uma avaliação mais percuciente das implicações que cada um deles encerra, nos custos e no retorno dos serviços.
Os chamados Vapt Vupt, para os cinco postos: três em Fortaleza e os dois outros em Juazeiro do Norte e Sobral, tinham a previsão inicial de gastos da ordem de R$ 640.622.227,56. Contratados em novembro de 2013, até agora só dois estão funcionando: o do Município de Juazeiro do Norte e o de Messejana, em Fortaleza. A empresa SPE Ceará Serviços de Atendimento ao Cidadão S.A, pelo contrato, é para receber, mensalmente, R$ 3.681.736,94, reajustável, anualmente, pelo IPCA, ao longo de 15 anos.
A Ponte Estaiada está contratada com a empresa SPE Ponte Estaiada OAS-Marquise Infraestrutura S.A, para a “manutenção e conservação estrutural e rodoviária do Sistema Viário de Interseção e acessos de vias urbanas à CE-040, incluída a construção da Ponte Estaiada sobre o Rio Cocó bem como os serviços de operação, manutenção, conservação e exploração do Mirante” por um total de R$ 409.678.387,95, dos quais a empresa entra com R$ 71.606.833,60.
A cada mês, a contratada vai receber, a título de “Contraprestação Pecuniária”, a importância de R$ 895.085,42. A Concessão Administrativa tem duração de oito anos.
Diferente
O Ceará, hoje, conta com três hospitais regionais: Juazeiro do Norte, Sobral e Quixeramobim. Este, embora inaugurado no ano passado, ainda não abriu suas portas. Todos, embora administrados por um Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar - ISGH, foram construídos e equipados pela administração direta do Estado, com um custo total infinitamente inferior ao previsto para o Regional Metropolitano, de fato bem maior que os demais. Pelo projeto sugerido, também o mais imponente a partir dos seus 13 pavimentos.
Não resta dúvida de que, quando concluído, se confirmado o proposto, ajudará em muito a socorrer os cearenses, embora os demais até aqui não tenham respondido como se esperava, principalmente pela falta dos recursos necessários à manutenção dos serviços que são capazes de oferecer. E é exatamente pela escassez de dinheiro, que os céticos, sobretudo os conhecedores da área, vaticinam o insucesso de uma Concessão Administrativa no campo hospitalar.
Custeio 
Hoje, de todas as dificuldades da administração estadual, a Saúde é a primeira, agravada pela inadimplência do Governo Federal nas liberações de recursos para o custeio. O Hospital Regional de Quixeramobim, inaugurado no ano passado, não funciona por falta de verba, como não estão operando outros equipamentos públicos da área, com consequências deveras prejudiciais à população mais carente de todos os pontos do Estado.
Afora os próprios do Governo, Filantrópicas e outros, conveniados com a Secretaria da Saúde, também estão sofrendo com a falta de liberação dos recursos negociados.
Edison Silva
Editor de Política
 

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