15.12.2013
Segundo o governo do Estado, atividades retornarão em 2014 com um novo modelo de administração
A paralisação das atividades das Vilas Olímpicas do Estado deixou jovens usuários apreensivos. Enfrentando problemas administrativos há cerca de seis meses, os complexos de Messejana, Canindezinho, Conjunto Ceará, Genibaú (todos em Fortaleza) e de São Benedito, a 332 km da Capital, tiveram os serviços suspensos na semana passada. Segundo a Secretaria do Esporte do Ceará (Sesporte), responsável pelos equipamentos, a interrupção é temporária.
Desde julho deste ano, o Diário vem acompanhando a situação, com jovens ficando sem atividades como futebol, futsal, voleibol, basquete, handebol, capoeira, dança, atletismo, caratê, ginástica, xadrez, dentre outras <MC>FOTO: BEATRIZ BLEY“Estão em recesso de final de ano”, informou a assessoria. Contudo, as comunidades próximas às Vilas vêm denunciando a falta de atividades há alguns meses. Desde julho deste ano, o Diário do Nordeste vem acompanhando a situação, com a paralisação das turmas de futebol, futsal, voleibol, basquete, handebol, capoeira, dança, atletismo, caratê, ginástica rítmica, xadrez, tênis de mesa, violão e percussão.
Entretanto, de acordo com a Sesporte, todas as unidades ainda recebem ações do programa Segundo Tempo, do Governo Federal e do Serviço Social do Comércio (Sesc). Além disso, as vilas do Conjunto Ceará e de Messejana também servem de apoio às atividades dos Liceus dos respectivos bairros, e esta última ainda recebe alunos do município dentro do projeto Mais Escola, do Ministério da Educação, e também o projeto FelizIdade, que trabalha com idosos. A informação foi confirmada pelo professor de educação física Anderson Rabelo.
O educador acompanha as crianças do programa Segundo Tempo no ginásio da Vila Olímpica de Messejana três vezes por semana. “As atividades daqui estão paralisadas, mas a gente ainda utiliza a quadra, o campo e a pista de atletismo”, disse. Uma obra era realizada no terreno ao lado do Liceu. “Estão fazendo um ginásio poliesportivo coberto paro o colégio”, explicou o professor.
Enquanto alguns jovens se divertiam na quadra, o estudante João Wilton Teles, 14, esperava a vez de participar. Ele lamentou a situação da unidade de Messejana. “É ruim porque a gente não joga. Não tem nada para fazer em casa. Eu vinha aqui todo dia. Fazia futsal, futebol de campo e outras coisas”. O irmão, João Vitor, completou: “Agora só temos o Segundo Tempo às terças, quintas e sextas”.
Acompanhamento
Já o programa Mais Educação funciona no local todos os dias nos dois turnos. Com a suspensão dos serviços da Vila Olímpica, o acompanhamento pedagógico ficou prejudicado pela falta de higiene. “Tem dias que a gente precisa trazer uma pessoa para fazer a limpeza. Esta semana fecharam o banheiro e não deixaram a gente entrar. Tivemos que trazer um funcionário da escola para limpar o banheiro para as crianças usarem”, disse a professora Daniele Vieira.
Com relação aos motivos que teriam levado à falta de pessoal, o aluno José Wilton revelou que os professores e funcionários não recebiam os salários com regularidade. “As merendeiras que trabalhavam aqui não tinham nem um centavo para pegar o ônibus”, explicou.
Reformulação
A Sesporte informou que o convênio com a Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura (FCPC), responsável pelas Vilas Olímpicas, foi suspenso em virtude da rescisão do contrato de forma unilateral por parte da Fundação, em julho de 2013. Além disso, com a entrada da nova gestão da Secretaria, em setembro deste ano, foi realizado um exame técnico e jurídico do contrato, constatando uma insuficiência na prestação dos serviços.
A Secretaria do Esporte também afirmou que está ciente do não recebimento dos salários pelos funcionários e está buscando junto à Procuradoria Regional do Trabalho um posicionamento formal que assegure o pagamento. A Sesport esclareceu, ainda, não ser dever dos responsáveis pelo Projeto a limpeza dos equipamentos das Vilas, e que adotou providências para assumir a gestão direta delas. Sobre a quadra poliesportiva em construção, a Sesporte informou que o equipamento servirá tanto para uso comum da comunidade, assim como para entidades e instituições públicas.
Germano ribeiro
Repórter
Que seja reestruturação, apenas. Sem esses espaços, os mais jovens vão fazer o quê no seu tempo vago? Tão bom ter onde praticar esportes, aprender a conviver com os outros. E os mais velhos, que tanto fizeram e trabalharam, merecem um local e um tempo para se perceberem como pessoas que ainda tem muito o que realizar. Seria muita insensibilidade.
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