De mouses bizarros a um feioso video game, a empresa de Steve Jobs também erra e já colocou no mercado verdadeiras aberrações da natureza
Por Bruno Micali em 6 de Dezembro de 2013
A maçã da Apple costuma representar status para muitas pessoas. Portar um iPhone, um iPad ou qualquer outro produto da marca é motivo de orgulho para os fãs, que idolatram qualquer lançamento da empresa fundada por Steve Jobs.
Mas nem só de acertos vive a Apple. Assim como qualquer outra companhia de grande porte, as falhas fazem parte de um processo de crescimento e servem como aprendizado para amadurecer o futuro. Mas isso não apaga o passado, certo?
Portanto, usamos nossa máquina do tempo para fazer uma retrospectiva e mostrar alguns produtos bastante curiosos da Apple que não exatamente deram certo. Por mais que eles tenham trazido propostas interessantes e alinhadas com o mercado em suas respectivas épocas, o adjetivo “bizarro” falou mais alto e deixou essas ideias enterradas na história. Vamos desenterrar um pouco disso?
1. Mouses bonitos e diferentes, porém bizarros
É preciso reconhecer que os mouses da Apple sempre se esforçaram ao máximo para oferecer uma anatomia diferente aos usuários ao mesmo tempo em que traziam um design arrojado.
Mas será que ser tão “excêntrico” assim é ser funcional? Não exatamente. Na atualidade, os mouses da Apple são ótimos, mas eles já foram parecidos com uma rosquinha do Dunkin’ Donuts, um retângulo insosso e um “ovo” aumentado.
Consagrados pelo aspecto sóbrio e objetivo, esses mouses são muito queridos entre os fãs da marca, mas cá entre nós: eles não são “universais” e podem gerar estranheza a um usuário qualquer.
2. O Newton que não foi gênio
O Newton da Apple não foi lá um fracasso, tanto que durou de 1987 a 1998, mas a ideia poderia ter vingado de outra forma em vez de morrer na praia.
Uma espécie de ancestral remoto do iPad, o Newton foi apresentado pela Apple como um assistente pessoal digital (PDA) e deveria ajudar o usuário a organizar, armazenar e consultar informações que precisasse ter sempre à mão. A companhia gastou a bagatela de US$ 100 milhões no desenvolvimento e no lançamento do produto, que foi um fracasso comercial.
O aparelho era grandalhão e meio desajeitado, dependendo de um sistema precário de reconhecimento de escrita. A carga das baterias durava pouco e não havia um número significativo de aplicativos que pudessem ser instalados nele. São erros que a Apple só corrigiria em 2007 ao lançar o bem-sucedido iPhone, que cumpriu e superou o que o Newton havia prometido duas décadas antes.
3. O QuickTake: será que foi uma boa ideia tentar entrar no ramo de câmeras digitais, Apple?
Está certo que o mercado de câmeras digitais não era tão desenvolvido na época em que a máquina QuickTake foi lançada, em 1994, mas será que ela precisava custar “meros” US$ 749? E isso por uma resolução de 640x480!
A estética da máquina até que não era enfadonha e entregava um formato bastante tradicional, mas convenhamos: seria difícil se destacar num mercado dominado por Kodak e Fuji.
No quesito compatibilidade, a QuickTake também saiu atrás: ela funcionava apenas em Macs. Por essas e outras, a ideia da Apple não vingou.
4. Pippin, o video game que veio para não ficar
Esse patinho feio dos anos 90 é uma framboesa bem conhecida entre os gamers. A Apple nunca pretendeu lançar o Pippin por conta própria. Em vez disso, destinou a licenciar a tecnologia para terceiros. A Bandai estava analisando sua entrada no mercado de video games e escolheu o Pippin como plataforma. Só que uma inexperiente Apple – no ramo de video games, é claro – estava conduzindo todo o processo financeiramente.
O mercado era dominado por consoles como Sega Saturn, PlayStation, Nintendo 64 e PC. Além disso, poucos jogos foram lançados para a plataforma do Pippin, sendo que a única publisher importante de jogos foi a própria Bandai.
Outro fator que pesou contra a Apple foi o vaidoso preço de US$ 599 que ela cobrava pelo Pippin no lançamento. O resultado não poderia ser menos desastroso: foram fabricados aproximadamente 100 mil Pippins, dos quais apenas 42 mil unidades foram comercializadas em escala mundial.
5. Macintosh TV: computador e TV precários
O Macintosh TV é uma espécie de precursor do Apple TV de hoje. E será que foi uma boa ideia da empresa de Steve Jobs? Longe disso.
Buscando aliar computador e televisão num mesmo aparelho, o Macintosh TV pecou em aspectos técnicos amadores. Era possível trabalhar e assistir à televisão numa janela separada? Não. Eram duas tarefas independentes num mesmo produto, que não conseguiu acertar na combinação.
Capturas em alta resolução? Pode esquecer. A resolução máxima do Macintosh TV era VGA. E sabe qual era o “precinho” que a Apple cobrava pelo produto “de ponta”? Cerca de US$ 2 mil. Acho que nem é preciso descrever mais o porquê do fracasso do Macintosh TV.
6. Power Mac G4 Cube, a máquina de lavar roupas, quer dizer, CPU gigante
Como hoje o quesito design é importantíssimo no momento de decidir uma compra, o extinto G4 Cube, da Apple, talvez fizesse algum sucesso em função de sua estética robusta e quadradona. Qualquer eletrônico atual não deixa de ser também um objeto de decoração – mas ele precisa trazer funcionalidades atraentes também.
O G4 Cube era mais limitado que o Power Mac G4, que também fazia parte do catálogo da Apple, e custava US$ 200 a mais.
Os interessados eram obrigados a comprar um monitor separado para a utilização do G4 Cube. Como o computador chegou ao mercado num momento em que a indústria de hardware começou a avançar na velocidade da luz, acabou ficando obsoleto rapidamente.
Não demorou, portanto, para que os usuários começassem a enxergar o G4 Cube como um objeto fraco e caro pelo que ele oferecia. O entusiasmo esfriou, e a Apple descontinuou a fabricação do produto apenas um ano após seu lançamento.
Talvez uma máquina de lavar roupas, que é o aspecto que o G4 Cube tem, desse mais certo.
7. Aniversário de 20 anos! E que presente de mau gosto...
No final da década de 1990, a Apple lançou, para celebrar seus 20 anos de existência, uma versão comemorativa do Macintosh com design diferenciado. Mas o mau gosto no design e o onerado valor de US$ 9 mil pelo produto assustaram até mesmo os mais devotos fãs da empresa de Steve Jobs.
Trata-se de um pequeno micro com tela de 12 polegadas e configuração bastante comum para a época, inclusive a resolução de 800x600. Se por um lado o design se mostrou arrojado, por outro as funcionalidades não responderam à altura. Com cerca de US$ 2 mil, era possível adquirir um computador muito melhor nos EUA.
A Apple chegou a reduzir o preço logo após o lançamento e persistiu no produto por um tempo, mas a falta de interesse do público fez com que o computador especial dos 20 anos de existência da marca morresse rapidamente. Estima-se que apenas 12 mil unidades do micro foram vendidas em cinco países.
8. Macintosh Portable – o “Pense Bem” que pensou mal
Alguém aí se lembra do jurássico “Pense Bem”, computador educativo de perguntas e respostas? Bem, o Macintosh Portable nada tinha a ver com ele, a não ser pelo visual, sutilmente parecido. Só que o projeto foi uma má ideia da Apple.
A começar pelo preço: US$ 12 mil! E isso em 1989. As falhas técnicas em hardware comprometeram o Macintosh Portable antes da hora. As baterias, por exemplo, não podiam descarregar totalmente. Se isso acontecesse, elas eram danificadas e poderiam ser prejudiciais ao funcionamento do produto. Ou seja: o usuário tinha de ficar eternamente preocupado com a carga delas. Triste, não?
Para piorar, o Macintosh Portable não podia ser usado enquanto estivesse sendo recarregado na tomada. A cereja no bolo fica por conta do peso: 7,2 kg por uma bomba dessa! O aparelho, além de tudo, era lento e não responsivo.
Recordar é viver! E você, se lembra de algum produto obscuro da Apple que não foi listado aqui?
Fonte: Meio Bit, Blog iPad
Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/apple/47897-ninguem-e-perfeito-veja-8-produtos-fracassados-da-apple.htm#ixzz2muiHiS3w
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