Redação | 19h32 | 21.12.2013
Governador de Pernambuco Eduardo Campos decretou luto de três dias. “Ele venceu preconceitos”, disse
Recife. O corpo do cantor Reginaldo Rossi, 69, começou a ser velado no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco, no Recife, ainda na sexta-feira e a cerimônia se estendeu pelo sábado, antes do sepultamento no cemitério Morada da Paz.
Uma fila esperava a abertura do prédio ao público para a última homenagem, com destaque para o adeus da esposa, Celeide Rossi, ao ídolo popular Foto: Folhapress
Uma fila de fãs esperava a abertura do prédio ao público para prestar a última homenagem ao Rei do Brega. O percussionista pernambucano Naná Vasconcelos foi um dos artistas que passaram pela Assembleia para se despedir de Rossi.
“Não vim aqui para chorar a morte do meu pai. Vim para celebrar as alegrias dele”, disse o filho, Roberto Rossi, 35. “O que conforta é a história que ele construiu em mais de 50 anos”, afirmou o filho, que destacou a paixão que Rossi tinha pelo Recife, sua cidade natal.
“Costumo dizer que ele nunca foi um pai normal. Nunca fui jogar bola com meu pai. Ele me levava para os shows e, às vezes, me fazia subir no palco para tocar flauta doce. Ele, todo orgulhoso, aquela coisa de pai, e eu envergonhado. Mas no fundo eu gostava”, contou o filho. Reginaldo Rossi morreu anteontem, aos 69 anos. Ele estava internado desde o dia 27 de novembro no Hospital Memorial São José, no Recife, para tratamento contra um câncer de pulmão.
“Costumo dizer que ele nunca foi um pai normal. Nunca fui jogar bola com meu pai. Ele me levava para os shows e, às vezes, me fazia subir no palco para tocar flauta doce. Ele, todo orgulhoso, aquela coisa de pai, e eu envergonhado. Mas no fundo eu gostava”, contou o filho. Reginaldo Rossi morreu anteontem, aos 69 anos. Ele estava internado desde o dia 27 de novembro no Hospital Memorial São José, no Recife, para tratamento contra um câncer de pulmão.
O governador de Pernambuco Eduardo Campos decretou luto de três dias no estado. “Ele venceu preconceitos, levou o nome de Pernambuco quando era difícil levar. Cantou a beleza do nosso estado. Viveu intensamente. Morreu de tanto viver. Tínhamos fé de que tudo podia caminhar de outra forma”, lamentou Eduardo na entrevista.
Campos continuou: “A gente queria que ele ficasse mais, mas quando a gente vê alguém como Reginaldo Rossi entende que não cabia Reginaldo Rossi limitado numa cama sem poder cantar, sem aquela alegria”.
Origem do brega
É difícil apontar com certeza a origem do termo brega para definir um gênero musical, mas a versão mais aceita é que era assim que se chamavam as casas de prostituição do interior nordestino. Como as canções românticas de nomes como Reginaldo Rossi, Odair José, Waldick Soriano eram populares nesses prostíbulos, nasceu assim um gênero musical, dos mais populares do país. Mas também dos mais rejeitados.
A morte de Rossi serviu de exemplo de como, até hoje, a música brega ainda sofre preconceito no país. Gabriel Thomaz, da banda de rock Autoramas, declarou sua tristeza pela perda de Rossi em sua página no Facebook, e logo alguém comentou: “grande perda como pessoa, mas na música não houve perda nenhuma”.
O músico rebate a crítica ao ídolo do brega: “até hoje a música brasileira tem esse lado elitizado. Houve uma regionalização absurda, as pessoas diziam não gostar de uma música só pela origem. É uma situação que nasceu na ditadura, numa época em que não se aceitavam misturas”.
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